No Dia de Hoje – 24 de abril

Há séculos, churrasco e chimarrão fazem parte da cultura gaúcha (Foto: Letícia Wacholz/Divulgação)

No dia 24 de abril é comemorado o Dia do Chimarrão e do Churrasco, instituído pela lei Estadual (do Rio Grande do Sul) nº 11.929, em 20 de junho de 2003. A escolha do dia para celebrar os símbolos dos gaúchos, é uma homenagem à fundação do primeiro Centro de Tradição Gaúcha (CTG) do mundo, o CTG 35, fundado em 24 de abril de 1948 em Porto Alegre.

O chimarrão é considerado um dos principais símbolos da cultura gaúcha, visto não apenas como uma bebida de paixão entre os sulistas do Brasil, mas também como um importante conector social. O ato de “tomar um mate”, como se diz no Rio Grande do Sul, pode ser interpretado como um convite social, já que o chimarrão é uma bebida normalmente apreciada e compartilhada em grupos. A tradição de fazer uma espécie de chá feito com a erva-mate era comum entre os indígenas que habitavam a região sul do Brasil e atual Uruguai, principalmente entre os guaranis, aimarás e quíchuas.

Existem vários cuidados para se preparar um bom chimarrão. A começar pela erva. É preciso cuidar a data de fabricação, quanto mais nova, melhor. E sempre deve ser armazenada no freezer, por ser muito sensível e se modificar. O freezer consegue manter por mais de dois anos o odor e o sabor original da erva-mate. Quanto à água, três fatores são importantes. Em primeiro, a qualidade: deve ser mineral ou filtrada. A quantidade também é importante, pois se houver pouca água o mate pode entupir. O certo é preencher a cuia com água até o pescoço. Mas o cuidado essencial é a temperatura da água. Ela deve ter em torno de 70 graus, para que não queime a erva, mantendo o sabor e as propriedades benéficas. É possível fazer o chimarrão no formato tradicional ou usar a criatividade para diferentes formatos na erva-mate.

Com papel importante na formação da identidade cultural gaúcha, o churrasco é uma das maiores tradições da região. Com origem em terras remotas dos pampas, a carne na brasa ao estilo do Rio Grande do Sul ganhou o resto do país. O churrasco gaúcho nasceu em comunidades indígenas catequizadas por jesuítas, no século 17. Algumas décadas depois, tropeiros incorporaram o modo de preparo, desenvolvendo-o nas terras exploradas por eles.

A pecuária sempre foi uma das maiores riquezas do Uruguai, da Argentina e do sul do Brasil, na chamada região dos pampas, e a lida com o gado afastava os homens do campo por longos períodos de suas casas. O churrasco era uma forma mais prática de fazer uma refeição, pois tudo que era necessário para preparar a refeição estava à mão: uma boa faca afiada, uma fogueira preparada em um buraco cavado no chão (fogo de chão), um espeto de vara que podia ser preparado na hora com galhos, um generoso pedaço de carne e sal grosso.

A carne bovina era assada em estacas de madeira fincadas na terra e temperada com sal grosso e gordura. Os espetos eram cercados de lenhas que, quando queimadas, tostavam as peças. À medida em que a pratica do churrasco foi cruzando as fronteiras do estado, a carne passou a ser elaborada de outras formas e peças tendo cada uma uma aparência e um sabor individual, de acordo com cada região. Ao longo dos anos, estabeleceu-se a cultura da construção de churrasqueiras em lares de várias partes do país.

O churrasco gaúcho é muito famoso, e há quem diga que é único, devido ao seu sabor diferenciado. Para chegar a esse resultado não é só a carne que deve passar por cuidados especiais e ser bem escolhida. Entre as várias recomendações está o cuidado com o fogo, facas e instrumentos para assar. Muitas vezes, o único tempero do churrasco gaúcho é o sal grosso. Porém, colocar o sal na carne crua pode deixá-la endurecida e seca. O indicado é levar a carne ao fogo e só depois que ela pegar cor deve-se passar o sal grosso. Após salgar, o certo é voltar com o corte ao fogo e tirar o sal quando estiver esbranquiçado.

Mas não é apenas o tipo gaúcho que existe quando se trata de churrasco. Um bom churrasco para o estado do Rio Grande é realizado com muita picanha, linguiça e pão de alho. Atualmente, carnes de vários animais são preparadas em milhares de churrascarias e residências de todo o Brasil e no mundo, e o termo churrasco virou sinônimo de confraternização.

Fontes: Jornal Ibiá e Entrevero Cultural

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