
No dia 18 de abril de 1882, nascia em Taubaté/SP o escritor José Bento Renato Monteiro Lobato, conhecido por Monteiro Lobato. Foi um importante editor de livros inéditos e autor de importantes traduções. Seguido a seu precursor Figueiredo Pimentel (“Contos da Carochinha”) da literatura infantil brasileira, ficou popularmente conhecido pelo conjunto educativo de sua obra de livros infantis, que constitui aproximadamente a metade da sua produção literária.
A outra metade, consistindo de contos (geralmente sobre temas brasileiros), artigos, críticas, crônicas, prefácios, cartas, livros sobre a importância do ferro (Ferro, 1931) e do petróleo (O Escândalo do Petróleo, 1936). Escreveu um único romance, O Presidente Negro, que não alcançou a mesma popularidade que suas obras para crianças, que entre as mais famosas destaca-se Reinações de Narizinho (1931), Caçadas de Pedrinho (1933) e O Picapau Amarelo (1939).
Formado em Direito, atuou como promotor público até se tornar fazendeiro, após receber herança deixada pelo avô. Diante de um novo estilo de vida, Lobato passou a publicar seus primeiros contos em jornais e revistas, sendo que, posteriormente, reuniu uma série deles no livro Urupês, sua obra prima como escritor. Em uma época em que os livros brasileiros eram editados em Paris ou Lisboa, Monteiro Lobato tornou-se também editor, passando a editar livros também no Brasil. Com isso, ele implantou uma série de renovações nos livros didáticos e infantis.
É bastante conhecido entre as crianças, pois se dedicou a um estilo de escrita com linguagem simples onde realidade e fantasia estão lado a lado. Pode-se dizer que ele foi o precursor da literatura infantil no Brasil. Suas personagens mais conhecidas são: Emília, uma boneca de pano com sentimento e ideias independentes; Pedrinho, personagem que o autor se identifica quando criança; Visconde de Sabugosa, o sábio sabugo de milho que tem atitudes de adulto, Cuca, vilã que aterroriza a todos do sítio, Saci Pererê e outros personagens que fazem parte da famosa obra Sítio do Picapau Amarelo, que até hoje é lido por muitas crianças e adultos.
Escreveu ainda outras obras infantis, como A Menina do Nariz Arrebitado, O Saci, Fábulas do Marquês de Rabicó, Aventuras do Príncipe, Noivado de Narizinho, O Pó de Pirlimpimpim, Emília no País da Gramática, Memórias da Emília, O Poço do Visconde, e A Chave do Tamanho. Fora os livros infantis, escreveu outras obras literárias, tais como O Choque das Raças, Urupês, A Barca de Gleyre e O Escândalo do Petróleo. Neste último livro, demonstra todo seu nacionalismo, posicionando-se totalmente favorável a exploração do petróleo, no Brasil, apenas por empresas brasileiras.
Os livros infantis de Monteiro Lobato foram transformados em cinco séries de televisão de bastante sucesso. A primeira delas, na TV Tupi de São Paulo, foi exibida de 3 de junho de 1952 a 1962, ao vivo, pois não havia ainda o videotape. Foi adaptada pela escritora Tatiana Belinky, sendo a mais fiel ao original de todas as adaptações para a televisão. Nada restando desse programa, exceto algumas fotos, pois seus episódios não eram gravados.
Em 1957, a TV Tupi do Rio de Janeiro também transmitiu um Programa Sítio do Pica-Pau Amarelo, diferente do programa paulista, pois não havia, na época, transmissão em rede nacional, nem transmissão de imagens via tronco de micro-ondas da Embratel. Participaram do Sítio no Rio de Janeiro: Cláudio Cavalcanti e Daniel Filho.
A segunda série foi ao ar pela TV Cultura de São Paulo, em 1964. A terceira, pela Rede Bandeirantes, em 12 de dezembro de 1967. A quarta série, exibida na Rede Globo, de 7 de março de 1977 a 31 de janeiro de 1986, é considerada como a de maior repercussão e sucesso. Também na Rede Globo, foi ao ar de 12 de outubro de 2001 até 2 de Dezembro de 2007, a quinta série chamada Sítio do Picapau Amarelo. Ambas as séries da Globo misturam histórias originais de Monteiro Lobato com textos inspirados em temas atuais.
Pelo Brasil há inúmeras referências em memória de Monteiro Lobato, incluindo diversos logradouros e instituições nomeadas em homenagem ao advogado e escritor brasileiro. No nordeste de São Paulo, há o município de Monteiro Lobato, assim denominado em sua homenagem, e onde o escritor possuía uma fazenda e passou parte da sua juventude, sendo descrita por ele em seus livros. Pela cidade ainda há a diversas referências a personalidade.

Em Taubaté, sua cidade natal, há o Museu Monteiro Lobato localizado no Sítio do Pica-pau Amarelo, no centro da cidade, dedicado a preservar a memória e a obra do ilustre taubateano.
Na capital paulista, há a Biblioteca Municipal Monteiro Lobato. Foi criada em 14 de abril de 1936, resultado do esforço de um grupo de intelectuais liderado por Mário de Andrade para incentivar a cultura literária, então diretor do Departamento Municipal de Cultura. Em 1955, foi renomeada em homenagem ao escritor paulista, sendo considerado o seu patrono. A Biblioteca é uma das mais antigas no Brasil dedicada a literatura infantil, possuindo amplo acervo de obras de Monteiro Lobato.
Monteiro Lobato ainda é nome para dezenas de escolas pelo país, da rede pública e da privada de ensino, incluindo uma escola estadual sediada na cidade natal do escritor e uma escola municipal na capital do estado.
Fonte: Wikipédia