Na noite desta quarta-feira, dia 9, o evento promovido pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Resende e Itatiaia com os candidatos à eleição suplementar de Itatiaia, prevista para acontecer no próximo domingo, dia 13, em parceria com a TV Penedo, recebeu a candidata Fabíola Soares (Psol), que destacou no final de sua entrevista um dos motivos para que o eleitor confie em sua candidatura.
– Somos de fato as pessoas (ela e a vice Ricarda Helena, do mesmo partido) que vão ter a coragem de bater de frente, pedir uma auditoria pública, uma auditoria interna nessa prefeitura de modo transparente. Vamos ser as únicas a colocar o orçamento participativo, é gestão participativa para que a população possa estar presente na hora das escolhas, dos projetos e da destinação de verba. Isso é importantíssimo porque a população vai estar acompanhando de fato pra onde o dinheiro está indo. Nenhum outro candidato vai fazer isso – respondeu Fabíola.
A resposta de Fabíola durante sua entrevista ao apresentador Luciano Júnior, da TV Penedo, é uma resposta aos problemas de gestão administrativa que Itatiaia vem enfrentando nos últimos anos, em especial o último escândalo de improbidade administrativa que terminou com o afastamento do primeiro prefeito interino, Imberê Moreira (PRTB) e de mais três secretários.
O assunto, aliás, foi questionado por Irineu Nogueira (PTB), que citou “que nos últimos anos a administração publica de Itatiaia foram desastrosas, principalmente na saúde e educação”. Ele ainda perguntou a Fabíola “a quem ela atribui esse descaso”. Sem citar nomes, ela desabafou sobre as dificuldades que ela teve ao levar a filha para uma consulta médica.
– E a gente tem essa resposta porque os interesses (dos políticos) são todos pessoais, nunca foram interesses voltados a população de Itatiaia. Porque eles podem escolher ter plano de saúde, muitos não frequentam hospital, não sabem a dor que é você levar um parente pra lá e não ser assistido. Ou ter que correr pra Resende e passar por humilhações. Eu acredito muito que as últimas gestões simplesmente ignoraram o fato porque elas estão desviando verba. Então, a minha intenção é fazer uma auditoria pública externa que que seja visível a população, que a população possa acompanhar essa auditoria em os contratos, todas as as licitações em termos nos últimos 10 anos. Que aí a gente vai saber pra onde foi parar esse dinheiro. (…) Minha filha precisava tomar antibiótico no hospitalar, e precisou ir pro Hospital da Criança em Resende porque o meu município não podia fazer esse esse atendimento por falta de medicação (…) Desvio de verba, corrupção, isso dói, porque a gente paga nossos impostos. A gente quer o mínimo de dignidade! – acrescentou.
Até o momento, desde que foram iniciadas as entrevistas com os candidatos, Fabíola foi até o momento a única que não foi questionada em tons de ataques a respeito de alianças políticas com antigos políticos da cidade ou com políticos de outras regiões como a Baixada Fluminense. Alguns questionamentos foram centrados nos investimento que poderão ser feitos nas áreas da cultura e educação (casos dos candidatos Bruno Diniz, do Solidariedade, e de Adalberto Bisol, do PDT, respectivamente), áreas das quais possui maior conhecimento.
Fabíola também respondeu à pergunta do candidato Silvano Rodrigues, o Vaninho (PSC), que pediu a ela que avaliasse o “grupo político que está ali e que não investe na qualificação profissional dos moradores de Itatiaia, fazendo com que a prefeitura sendo uma das maiores empregadoras da cidade”, fazendo com que a mesma continue a ser um “cabide de empregos” e “curral eleitoral”.
– Me surpreendi com com a fala do candidato, uma vez que ele também fez parte desse governo durante anos. Que é um projeto político mesmo, inclusive de endurecimento educacional, no sentido em que a população se vê afastada politicamente por justamente por esse projeto político que já vem sendo traçado em Itatiaia. Ou seja, você não qualifica, não dá espaço e só oferece aquilo que você pode dar em troca, ou seja, um cargo comissionado (…). O problema não são os cargos comissionados, mas a forma como eles agem dentro do município e a forma como eles são oferecidos, para as pessoas que não têm a oportunidade de emprego, nem escolaridade necessária. Dessa forma, há condições pra que se coloque um cabresto nelas. Então, como combater isso? É o povo se conscientizando de que um cargo comissionado é temporário, te amarra, e te oprime de certa forma também – completou a candidata.
A entrevista pode ser conferida na íntegra clicando aqui.
ENTREVISTAS
As entrevistas são divididas em dois blocos, onde no primeiro o candidato responde a perguntas relacionadas a sete temas (saúde, economia, infraestrutura, turismo, educação, mobilidade urbana e segurança). No bloco seguinte, eles respondem aos questionamentos feitos por outros candidatos.
Nesta quinta-feira, dia 10, a rodada de entrevistas com os candidatos à eleição suplementar se encerra com o candidata Adalberto Bisol (PDT), a partir das 20 horas. A transmissão acontecerá ao vivo. Os programas com os candidatos – tanto os que ainda serão realizados quanto os que já aconteceram – poderão ser conferidos em vídeos no canal da CDL no Youtube, além dos canais da TV Penedo (na página oficial, do Facebook e do Youtube).
SOBRE A CANDIDATA
Nascida em Resende, no dia 11 de dezembro de 1979, a atriz e diretora de espetáculos Fabíola Soares Ferreira Rodrigues se candidata pela segunda vez para uma eleição. No ano de 2020, Fabíola também concorreu ao cargo de vereadora pelo Psol, partido pelo qual segue filiada. É formada em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e pós-graduada em Psicopedagogia. Ela também atua em movimentos sociais e participa do Conselho Municipal de Educação.
Para a eleição do próximo dia 13, ela e a candidata a vice de sua chapa Ricarda Helena, do mesmo partido, receberam dia 12 de fevereiro o apoio da Comissão Executiva Municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) de Resende. A decisão do partido teve o aval da Comissão Executiva Estadual do PT-RJ e o apoio da maioria dos filiados ao Partido em Itatiaia, onde o Diretório Municipal atualmente não está organizado.
