No Dia de Hoje – 22 de fevereiro

Edifício Palace II no momento do seu primeiro desmoronamento

No dia 22 de fevereiro de 1998, começava a desmoronar o Edifício Palace II, um edifício residencial construído na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, que precisou ser implodido dias depois, a despeito de investigações anteriores terem encontrado em registro como causa da tragédia um erro estrutural de cálculo (assinado pelo engenheiro responsável) nas vigas de sustentação.

O edifício Palace II foi construído pela Construtora Sersan, do ex-deputado federal Sérgio Naya, em 1990, com previsão de conclusão para 1995, tendo havido no entanto um atraso na conclusão da obra. Segundo os moradores, em 1996 o edifício foi interditado pela Defesa Civil após ter morrido um operário ao cair no fosso do elevador que apresentava defeito. A construtora já havia sido processada quatro vezes em virtude da má construção do prédio, que não havia recebido o habite-se da prefeitura.

O primeiro desmoronamento ocorreu às 3 horas do dia 22 de fevereiro, quando os pilares 1 e 2 do edifício, onde havia 44 apartamentos, desabaram. Oito pessoas morreram como resultado do incidente. Em 24 de fevereiro, a prefeitura anunciou que a implosão do edifício ocorreria dentro de cinco dias. Já o segundo desmoronamento ocorreu pouco antes das 13 horas do dia 27 de fevereiro de 1998.

Trinta minutos antes do desmoronamento, o laudo técnico recomendava que os moradores voltassem ao edifício para recuperar seus bens, quando uma inexplicável coluna d’água irrompe da cobertura do 23° andar com toneladas de água. Não foi assentado se havia ou não uma piscina nessa laje como mostra a foto, no entanto, assume-se que a caixa d’água teria sido drenada por razões de segurança antes do ingresso de técnicos na instalação dos explosivos para a implosão.

Outra explicação para esse segundo desabamento é que os técnicos da implosão, preocupados em não incomodar os vizinhos, teriam pré-instalado uma grande quantidade de água na laje das coberturas para que na hora da implosão liberasse o mínimo de material particulado na atmosfera. Essa providência teria sobrecarregado o limite de resistência da estrutura fazendo parte dela ruir antes mesmo da implosão, mas essa possibilidade foi logo descartada. Ao todo, 22 apartamentos foram destruídos nessa segunda queda.

A implosão ocorreu ao meio-dia de 28 de fevereiro de 1998, feita pela empresa CDI Implosões, e transmitida ao vivo para todo o Brasil pela televisão. Por causa desse acidente, Naya tornou-se nacionalmente conhecido, pois além de provocar a morte de oito pessoas, deixou 150 famílias desabrigadas.

A Construtora Sersan construiu o edifício e foi acusada pelo Ministério Público de negligência por supostamente ter usado material de baixa qualidade na construção do prédio. A empresa já havia sido processada quatro vezes antes do desabamento pela má construção, que impediu a obra de receber o habite-se. Naya ainda disse que: “se areia de praia desse concreto, mesmo de baixa qualidade, não haveria mais praias no Rio de Janeiro, pois não dá liga para o concreto”.

Logo após o desabamento, o Jornal Nacional divulgou vídeo de reunião política em Três Pontas, interior de Minas Gerais, onde o deputado confessa vários crimes, dentre os quais a falsificação da assinatura do então governador, Eduardo Azeredo. Aberto o processo de cassação em março de 1998, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou a cassação no dia 31 do mesmo mês, sendo enfim cassado em plenário em 15 de abril de 1998, por falta de decoro parlamentar, com o placar de 277 votos favoráveis à cassação e 163 contra.

Fotos: Reprodução/TV Globo e Reprodução/Internet

 

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