No Dia de Hoje – 6 de fevereiro

Investigadores observam destroços de avião que caiu em Munique (Foto: Getty Images)

No dia 6 de fevereiro de 1958, um desastre aéreo ocorrido em Munique, na Alemanha (ex-Alemanha Ocidental), com o voo 609 da British European Airways matou 23 pessoas e feriu outras 21 em sua terceira tentativa de decolar de uma pista coberta de neve derretida no aeroporto local. A aeronave transportava 44 pessoas, integrantes do Manchester United, apelidado de “Busby Babes”, junto com torcedores e jornalistas.

A equipe estava voltando de uma partida da Copa da Europa em Belgrado, na então antiga Iugoslávia, tendo eliminado local do Estrela Vermelha para avançar para as semifinais da competição. O voo parou para reabastecer em Munique, e ao tentarem retornar para o Reino Unido, os pilotos James Thain e Kenneth Rayment abortaram duas vezes a decolagem por causa do impulso do motor esquerdo.

Temendo que eles ficassem muito atrasados, o capitão Thain rejeitou uma pernoite em Munique em favor de uma terceira tentativa de decolagem. Naquela época, a neve estava caindo, causando a formação de uma camada de lama no final da pista. Depois de bater na neve derretida, a aeronave passou por uma cerca além do final da pista e a asa esquerda foi arrancada quando atingiu uma casa. Temendo que a aeronave explodisse, Thain começou a evacuar os passageiros enquanto o goleiro do Manchester United, Harry Gregg, ajudava a retirar os sobreviventes dos destroços. Vinte pessoas morreram no local do acidente. Os feridos foram levados para o Hospital Rechts der Isar, em Munique, onde mais três pessoas morreram.

Uma investigação das autoridades aeroportuárias da então Alemanha Ocidental culpou Thain, dizendo que ele não descongelou as asas da aeronave, apesar de declarações de testemunhas oculares indicando que o degelo era desnecessário. Mais tarde, foi estabelecido que o acidente foi causado pela neve derretida na pista, o que reduziu a velocidade do avião demais para permitir a decolagem. Thain foi inocentado em 1968, dez anos após o incidente.

Os “Busty Babes” em seu último jogo, contra o Estrela Vermelha da Servia (Foto: Wikimedia Commons)

O time pretendia se tornar o terceiro clube a ganhar três títulos consecutivos da Liga de Futebol Inglesa; eles estavam seis pontos atrás do líder da Liga, Wolverhampton Wanderers, com 14 jogos ainda pela frente. Eles também haviam conquistado o FA Charity Shield e haviam acabado de avançar para a segunda semifinal consecutiva da Copa da Europa. O time não perdia há 11 partidas.

A queda não apenas atrapalhou as ambições da equipe pelo título naquele ano, mas também destruiu o núcleo do que prometia ser uma das maiores gerações de jogadores da história do futebol inglês. Demorou dez anos para o clube se recuperar após a tragédia. O técnico Matt Busby – um dos sobreviventes do desastre, assim como um dos nomes do plantel, Bobby Charlton (campeão em 1966 com a seleção inglesa e até hoje o único sobrevivente vivo) – reconstruiu a equipe e venceu a Copa da Europa em 1968 com uma nova geração de “Babes”.

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