No Dia de Hoje – 4 de junho

Um dia após o massacre, estudante se aproximou dos canhões do Exército Chinês, e protagonizou a foto “O Rebelde Desconhecido”, repercutida em todo o mundo e considerada uma das 100 Fotografias que Mudaram o Mundo (Foto: Reprodução/Internet)

No dia 4 de junho de 1989, o governo da República Popular da China iniciou uma repressão às manifestações populares pacíficas ocorridas em Pequim, por meio do emprego da força militar chinesa, conhecido como o Massacre da Praça da Paz Celestial, também chamado Massacre de 4 de Junho, que acabou com o assassinato de um grande número de civis.

Os protestos foram liderados por estudantes entre os dias 15 de abril e 4 de junho de 1989, sendo que este último dia ocorreu o ápice da repressão violenta do Estado. O massacre recebeu o nome do lugar em que o Exército Popular de Libertação reprimiu a mobilização: a praça Tian’anmen da capital do país.

Os manifestantes que avolumavam em torno de cinco mil eram oriundos de diferentes grupos da sociedade chinesa, desde intelectuais que acreditavam que o governo do Partido Comunista era demasiado repressivo e corrupto até trabalhadores urbanos que acreditavam que as reformas econômicas na China haviam sido lentas e que a inflação e o desemprego estavam dificultando suas vidas. O ciclo de protestos iniciou-se após morte de um oficial do alto-escalão do governo Hu Yaobang, que sofreu um infarto. As manifestações consistiam em marchas pacíficas pelas ruas de Pequim.

Os protestos e as ordens do governo de interditação destes, produziu no Partido Comunista uma divisão de opiniões sobre como o governo deveria responder aos manifestantes. A decisão tomada foi suprimir os protestos pela força, no lugar de atenderem suas reivindicações. Em 20 de maio, o governo declarou a lei marcial. Na noite de 3 de junho, enviou os tanques e a infantaria do exército à praça de Tian’anmen para dissolver o protesto. Finalmente, no dia 4 de junho, os protestos estudantis se intensificam em larga escala.

As estimativas das mortes civis variam entre 400-800, segundo o jornal estadunidense The New York Times, e 10 mil, de acordo com informações da Cruz Vermelha chinesa. O número de feridos é estimado em torno de sete e dez mil, de acordo com a Cruz Vermelha. Junto à repressão violenta, o governo empreendeu um grande número de prisões com o objetivo de suprimir os líderes do movimento. Além disso, expulsou a imprensa estrangeira e controlou completamente a cobertura dos acontecimentos na imprensa nacional. A repressão do protesto pelo governo da República Popular da China foi amplamente condenada pela comunidade internacional.

No dia seguinte ao massacre, 5 de junho, um jovem desarmado invadiu o perímetro da Praça da Paz Celestial, que estava controlado pelas forças do exército e tentou fazer parar a fileira de tanques de guerra que se movimentava. O fotógrafo Jeff Widener, da Associated Press, registrou o momento e a imagem, além de ganhar os principais jornais do mundo, tornou-se símbolo do Massacre de 4 de Junho. O rapaz, que ficou conhecido como “o rebelde desconhecido” ou “o homem dos tanques”, foi eleito pela revista Time como uma das pessoas mais influentes do século XX. Sua identidade e seu paradeiro são desconhecidos até hoje.

O governo chinês afirma até a atualidade que sua atitude contra os manifestantes foi uma política correta e nega que tenha havido um massacre, reconhecendo que no máximo 300 pessoas morreram durante os protestos e também alegando que muitos eram soldados do exército chinês assassinados pelos manifestantes durante batalhas de rua.

A repercussão internacional foi tão negativa que Europa e Estados Unidos estabeleceram um embargo para a venda de armas para a China. Esse embargo nunca foi retirado.

Nos meses que se seguiram, o governo prendeu milhares de cidadãos e passou a fiscalizar suas famílias. Mesmo quem foi libertado passou a ser seguido dia e noite e passou a ter dificuldade em conseguir emprego. Até 2016, ainda havia manifestantes presos pelo incidente. Outros migraram para o exterior.

Ainda hoje, o governo local barra qualquer acesso a sites com informações sobre o incidente – por isso, ele é muito mais conhecido no exterior do que dentro do próprio país.

Fonte: Guia do Estudante e Wikipédia

Você pode gostar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O limite de tempo está esgotado. Recarregue CAPTCHA.