
No dia 31 de janeiro de 1956, tomou posse o presidente Juscelino Kubitschek e seu vice João Goulart, três meses após a eleição de ambos. JK elegeu-se presidente com 35,6% dos votos, contra 30,2% de Juarez Távora, da UDN. Ainda assim, antes de tomar posse, a oposição tentou anular a eleição com a alegação de que JK não havia obtido a maioria absoluta dos votos.
No entanto, o general Henrique Lott desencadeou um movimento militar que garantiu a posse de JK e Jango, chamado de Movimento de 11 de Novembro, uma reação por parte da oposição política e militar descontente com a vitória da aliança PSD-PTB nas eleições. Após o suicídio de Vargas, o vice-presidente Café Filho assume o poder e busca apoio político entre elementos da UDN. Uma das plataformas da UDN era o jornal Tribuna da Imprensa, do jornalista Carlos Lacerda, que lançava virulentos ataques à Juscelino e contra a sua posse, chegando ao ponto de publicar um editorial defendendo a intervenção das Forças Armadas.
Uma das principais vozes opositoras à candidatura e posse Juscelino, o general Canrobert Pereira da Costa, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas e conhecido antigetulista, veio a falecer em 31 de outubro de 1955. No seu funeral o então coronel Jurandir Mamede profere um forte discurso que ressoa a fala que o general palestrou em 5 de agosto de 1955 no Clube de Aeronáutica, pelo aniversário da morte do major-aviador Rubens Vaz, acusando o país de viver em uma “mentira democrática” e do regime existir em uma “pseudolegalidade imoral e corrompida”.
Prontamente o PTB exige a punição do coronel e o general Henrique Teixeira Lott, ministro da Guerra busca uma solução para apaziguar a situação, porém Café Filho sofre um ataque cardíaco em 3 de novembro de 1955 e se afasta do poder, sem encontrar solução para encerrar a crise. Assume a presidência o presidente da Câmara dos Deputados, o deputado Carlos Luz, membro da PSD contrário a candidatura de Juscelino, que mantém a posição de Café Filho de rejeitar o pedido do general Lott de afastamento do coronel Mamede.
Com a rejeição de Carlos Luz, o general Lott decide pedir demissão do cargo de ministro da Guerra no dia 10 de novembro de 1955, o que desencadeou uma série de reações por parte de comandantes das Forças Armadas, com a ocupação de pontos chaves da então capital federal, forçando o governo a respeitar a disciplina militar. Com medo da reação militar, Carlos Luz embarca, na madrugada do dia 11 de novembro, no cruzador Tamandaré junto de alguns ministros, Carlos Lacerda e do coronel Mamede e rumam para São Paulo, onde junto do brigadeiro Eduardo Gomes, militar e político antigetulista e na época ministro da Aeronáutica, organizariam uma resistência.
Porém com a iniciativa de comandantes liderados pelo general Lott e com o apoio de membros da Aeronáutica, a ação de Carlos Luz e do brigadeiro Eduardo Gomes acaba sendo frustrada. O cruzador retorna ao Rio de Janeiro e em sessão extraordinária impede Carlos Luz da presidência e coloca o presidente do Senado, senador Nereu Ramos, no poder, sendo instaurado estado de sítio no país pelo Congresso em 24 de novembro de 1955, durando até 26 de fevereiro de 1956, garantindo a posse de JK.
Em paralelo a estes eventos, a ala da UDN conhecida como “legalista” lutava por vias legais e parlamentares impedir a posse de JK e Jango, tendo apresentado na véspera das eleições uma emenda constitucional transferindo para a Câmara dos Deputados a eleição presidencial no caso de o eleito não conseguir maioria absoluta (50% mais 1 dos votos), sem sucesso na aprovação e a criação de uma cédula única para a votação. O TSE só viria a reconhecer a vitória de JK em 7 de janeiro de 1956, menos de um mês antes da posse.
Na presidência, JK foi o responsável pela construção de uma nova capital federal, Brasília, executando assim um antigo projeto para promover o desenvolvimento do interior e a integração do país. Durante todo o seu mandato, o país viveu um período de notável desenvolvimento econômico e relativa estabilidade política. No entanto, houve também um significativo aumento da dívida pública interna, da dívida externa, e, segundo alguns críticos, seu mandato terminou com crescimento da inflação, aumento da concentração de renda e arrocho salarial. Na época, não havia reeleição e em 31 de janeiro de 1961 foi sucedido por Jânio Quadros, seu opositor apoiado pela UDN.
Fonte: Wikipédia