No Dia de Hoje – 15 de janeiro

Tancredo (ao lado de uma mulher na foto) foi eleito, mas nunca tomou posse (Foto: Divulgação/Agência Brasil)

No dia 15 de janeiro de 1985 foi realizada no Brasil a última eleição indireta para presidente da República, e que decretou o fim do regime militar no país, que durou 21 anos. Na ocasião, o Colégio Eleitoral escolheu por 380 votos a 180, o vencedor foi Tancredo Neves (PMDB), que derrotou Paulo Maluf (antigo PDS). Antes de sua realização, já havia uma grande mobilização civil de âmbito nacional chamada Diretas Já, que queria eleições diretas em 1985, mas que foram rejeitadas.

A primeira manifestação pública a favor de eleições diretas ocorreu no recém-emancipado município de Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife, em Pernambuco, no dia 31 de março de 1983. Organizada por membros do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) no município, a manifestação foi noticiada pelos jornais do estado. Foi seguida por manifestações em Goiânia, em 15 de junho de 1983 e em Curitiba em novembro do mesmo ano.

Com o crescimento do movimento, que coincidiu com o agravamento da crise econômica (em que coexistiam inflação, fechando o ano de 1983 com uma taxa de 239%, e uma profunda recessão), houve a mobilização de entidades de classe e de sindicatos. A manifestação contou com representantes de diversas correntes políticas e de pensamento, todas unidas pelo desejo de eleições diretas para presidente da República.

A repressão aumenta, mas o movimento pela liberdade não retrocede e os democratas intensificam as manifestações por eleições diretas. Na televisão, o general Figueiredo classificava como ‘subversivos’ os protestos que começavam a acontecer em todo o país. Todos estavam unidos em nome da restauração da democracia.

Para a eleição indireta já havia três pré-candidatos: Paulo Maluf; Ulysses Guimarães, que seria o candidato do PMDB; e Tancredo Neves, que seria o candidato do PP. As eleições nunca aconteceram, Maluf foi mantido candidato pelo PDS, mas o Partido Popular (PP) se incorporou ao PMDB e Tancredo foi escolhido candidato.

No dia 15 de janeiro de 1985, o Colégio Eleitoral reuniu-se e Tancredo Neves foi eleito presidente para um mandato de seis anos com 480 votos (72,4%) contra 180 dados a Maluf (27,3%). Tancredo recebeu os votos dos integrantes do PMDB, da Frente Liberal, grupo dissidente do PDS, além do PDT, e da maior parte do PTB. Houve 26 abstenções, principalmente de parlamentares do PT, que foram orientados a votar nulo pelo diretório nacional do Partido.

No entanto, em dia 14 de março, véspera da posse do novo governo, Tancredo Neves foi internado com sintomas de apendicite. Dessa forma, no dia seguinte, tomou posse o vice-presidente, José Sarney. Por mais de um mês, alongou-se a agonia de Tancredo, atingido por uma infecção generalizada. No dia 21 de abril, o presidente eleito não resistiu. Seu enterro foi o pico da comoção nacional acumulada.

Com a eleição de Tancredo, e a sucessão de Sarney, o símbolo da vitória da Aliança Democrática é a presença, na mesa presidencial, do “Compromisso com a Nação”. Seu sucessor cumpriu grande parte dos pontos daquela proposta, a começar pelas eleições diretas para todos os cargos, legalização dos partidos e convocação da assembleia constituinte, concretizando a transição democrática no Brasil.

Fonte: Wikipédia

Você pode gostar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O limite de tempo está esgotado. Recarregue CAPTCHA.