No Dia de Hoje – 19 de dezembro

No dia 19 de dezembro de 1983 foi roubada na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no Rio de Janeiro, a versão original da Taça Jules Rimet, conquistada pelo Brasil na Copa do Mundo de Futebol de 1970, quando a seleção foi a primeira tricampeã e, portanto, teve o direito de ficar em definitivo com o troféu por sugestão de seu idealizador, Jules Rimet, presidente da Federação Internacional de Futebol (Fifa) na época da criação do troféu, em 1928.

Sua imagem representa uma alegoria de Nice (a deusa grega da vitória) com asas estilizadas. A figura tinha os braços levantados, e segurava uma copa de formato octogonal. Tinha uma base em mármore sobre a qual foram assentados os nomes dos vencedores de cada edição do campeonato em pequenas placas. Media 30 centímetros de altura e possuía 3,8 quilogramas em ouro puro, sendo seu peso total de 4 quilogramas. Seu custo total foi orçado em cinquenta mil francos, considerado uma grande soma na época.

Essa foi a segunda vez que a Taça foi roubada. Antes disso, ela já havia sido roubada no ano de 1966, em Londres e foi achada dias depois por um cachorro chamado Pickles. Curiosamente, conforme citação no livro “Day of the Match”, quando o troféu foi roubado pela primeira vez em Londres, um assessor da CBF disse que este era um sacrilégio que jamais seria cometido no Brasil, onde até mesmo os ladrões eram apaixonados por futebol, mas a realidade acabou sendo outra anos mais tarde.

A Taça Jules Rimet já estava em posse do Brasil desde a conquista de 1970, e ficava exposta em uma vitrine à prova de balas na sede da entidade. Um fato curioso é que existia uma réplica da taça no cofre da sede, altamente protegida. Em 1983, Sérgio Pereira Ayres, o Sérgio Peralta, na época o representante do clube Atlético Mineiro na CBF, viu a fragilidade de um objeto tão valioso. O funcionário do Galo era grande conhecedor do prédio, e passou alguns meses planejando o roubo.

Ele sabia que não poderia fazer o trabalho sozinho, e teve que chamar dois comparsas; Francisco José Rocha Rivera, o Barbudo, e José Luiz Vieira da Silva, o Bigode. O trio invadiu a sede, rendendo o vigia noturno. Rapidamente conseguiram arrombar o vidro e roubar a Jules Rimet, e mais três taças que estavam no local. O crime gerou uma comoção nacional, todos os torcedores da seleção queriam ver uma solução rápida para o caso.

A pista principal veio de um bandido que sequer participou do crime. Antônio Setta, mais conhecido como Broa, era dos melhores arrombadores de cofres do Rio de Janeiro e acabou sendo peça chave para a solução do crime. Em depoimento à polícia, falou que tinha sido convidado por Sérgio Peralta para o crime, mas acabou não aceitando.

Quando a polícia chegou aos culpados, a Taça já não existia mais. A peça tinha sido derretida pelo ourives Juan Carlos Hernandez. Outro fato inusitado foi que o ouro resultado da fundição foi aprendido, mas acabou sendo roubado da justiça durante o processo.

O julgamento do roubo da taça aconteceu em 1988. Sérgio Peralta, Barbudo e Bigode foram condenados a nove anos de prisão. Barbudo foi assassinado em 1989, enquanto esperava em liberdade condicional pela sua apelação à pena. Peralta foi preso apenas em 1994, deixando a cadeia três anos depois de sua entrada. Bigode conseguiu fugir da justiça até 1995, depois de preso, ficou em regime fechado apenas três anos.

O ouvires Juan Carlos Hernandez nunca foi condenado por ter derretido a taça, mas acabou preso anos depois por tráfico de drogas.

A despeito do descuido patrimonial, e da falta de responsabilização (apuração e punição pelo descaso), a Fifa, em 1986, ofereceu à CBF uma réplica, que ora encontra-se com os troféus da entidade.

Foto: Reprodução

Fontes: Wikipédia e Manto FC

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