CARTAS E EMAILS

CARTA ABERTA A
POPULAÇÃO DE RESENDE
O SEPE vem denunciar à população, a precária situação dos funcionários das empresas terceirizadas contratadas pela Secretaria Estadual de Educação, que estão a 3 MESES SEM SALÁRIOS.
Numa situação de descaso do Governo Sérgio Cabral e do Secretário de Educação Wilson Risolia, o estado contratou empresas terceirizadas para recrutar funcionários de apoio para as escolas, indo de encontro a política de valorização dos Profissionais de Educação, a qual o SEPE defende, onde o Estado deveria realizar concurso Público para ocupar essas vagas.
Entretanto o Governo Estadual, utiliza a forma mais vil e capitalista para ocupar esses postos de trabalhos, usando o mecanismo de contratos temporários feitos por empresas de origem duvidosa – contratos que não dão a menor garantia a esses Profissionais, companheiro(a)s de trabalhos que assumem esses postos de trabalho temporariamente e que podem ser demitido(a)s a qualquer momento.
No entanto a situação ficou ainda mais grave quando – na troca de empresa de contrato vencido, e que foram reaproveitados pela outra empresa que assumiu o contrato – estes profissionais ficaram sem pagamento. A conseqüência disso é que vários desses trabalhadores da educação estão passando necessidades, sem ter condições mínimas de sobrevivência.
Com isso, muitos desses funcionários, que são mulheres, provedoras de suas casas passaram a não mais ir trabalhar por falta de dinheiro para a condução/ônibus. Outra conseqüência de tudo isso, além do enorme problema social, temos escolas em situação de abandono, onde a limpeza não está sendo realizada, os banheiros estão sujos, além de falta de pessoal de apoio e disciplina, levando à uma situação insuportável, num ambiente insalubre, totalmente desfavorável para a aprendizagem.
Desta forma o SEPE torna público mais uma situação de descaso com a Educação e com pessoas humildes que tentam ganhar seu sustento honestamente, de um governo em que milhões de reais são gastos desnecessariamente em projetos caríssimos e muitas vezes inócuos,mas que faz contrato com empresas desonestas deixando seus funcionários contratados passando fome e penúria.
ESSE É UM GOVERNO VERGONHOSO, UM GOVERNO QUE EXPLORA PESSOAS HUMILDES QUE PRECISAM TRABALHAR, QUE NÃO TEM COMPROMISSO COM A QUALIDADE DA EDUCAÇÃO DA POPULAÇÃO, NEM CUIDA DA ESCOLA ONDE ESSA POPULAÇÃO ESTUDA.
Att.
Ênio Sebastião
Direção do Sepe Resende

MAQUINA DE MOER GENTE
Quarta feira, dia 10/4, após sofrer um desmaio em casa e ser atendida pela equipe médica do corpo de bombeiros, minha mãe, uma senhora de 74 anos, com diagnostico de câncer de pulmão, altamente debilitada depois de três sessões de quimioterapia, deu entrada no Hospital da Unimed de Resende as 17h45min. Foi encaminhada para o setor de emergência onde ficou por seis horas até ser removida para o CTI de onde não mais saiu. Faleceu as 7h da manhã de quinta feira.
O intervalo de horas da entrada até a remoção para o CTI foram terror e desrespeito para mim e minha irmã. O Hospital da Unimed, recentemente inaugurado, mostrou-se para nós como uma máquina de moer gente. Inclui-se nessa “gente” não somente os pacientes que o procuram no setor de emergência, certamente as maiores vítimas, mas também os funcionários que lá trabalham e por que não dizer também, os médicos que lá atendem, principalmente aqueles que dão plantão a partir das 19h.
Do horário de entrada até o pedido de internação às 21 horas passaram-se 3 horas. Mas não foi só isso. Após o pedido de internação, minha mãe continuou deitada na maca até as 22h30. Não havia vagas na enfermaria, somente num quarto particular o qual ela não tinha direito pois o plano não cobria. Solicitei a internação no quarto particular. Não houve a autorização.
A essa altura, reclamando de muita dor devido à diverticulite diagnosticada na tomografia e que motivou seu pedido de internação, informamos aos técnicos de enfermagem da emergência e eles disseram que somente o medico poderia fazer alguma coisa. O medico no caso era o plantonista solitário desde as 19h com uma fila de espera de cerca de 30 pessoas aguardando na emergência.
Após muita insistência, minha mãe foi medicada, ainda na maca da emergência. Meia hora depois estava suando frio, branca, num quadro bem parecido com o que levou ao desmaio horas antes em casa. Pedimos para medir a pressão: 8 por 5. Aí chamaram o medico do CTI. Isso foi as 23h30 aproximadamente. De lá não mais saiu com vida.
O Hospital da Unimed é um grande elefante verde, da cor de sua logomarca. Um prédio novo, cheirando a novo, limpo, mas sem material humano preparado para atender as pessoas, em quantidade e qualidade. Dos atendentes ao segurança, todos reclamam das condições de trabalho. Os médicos com certeza também o fazem nos bastidores. Afinal apenas um profissional para atender toda a emergência, inclusive os casos graves, desde as 19horas é absolutamente inviável.
Os clientes da Unimed Resende hoje são vitimas do monopólio do pronto atendimento que se estabeleceu desde que o SAMER foi descredenciado pela Unimed. Não há opção. Passou mal tem que ir para aquela máquina de moer gente. Ou para o Hospital de Emergência. Mas daí não precisava pagar plano particular, certo?
O pior de tudo é que conversando com os médicos, eles realmente acreditam que estão fazendo o melhor atendimento. Ouvi isso do diretor do hospital e também de médicos que analisaram o ocorrido com minha mãe. Todos dizem que é assim mesmo. Que no SAMER também é assim.
A verdade é que médicos, quando se tornam donos de hospital, deixam um pouco de ser médicos e passam a ser homens de negócios. Atender bem para eles significa dar atendimento com o menor custo possível. O mais importante passa a ser bater a concorrência, seja em número de pacientes atendidos seja em lucratividade. Não há mais a busca por excelência, aquele fazer tudo para salvar uma vida. Afinal, em hospital morre gente mesmo.
Sou farmacêutico e trabalho a mais de 25 anos com produção de medicamentos. A natureza do meu trabalho não permite o erro. É inadmissível eu dizer que 99% dos comprimidos produzidos funcionam e 1% saem com erro. Quem tomar esses 1% não vai gostar muito dessa estatística. Portanto a meta de erro do meu trabalho tem que ser necessariamente ZERO.
Até o momento, o Hospital da Unimed não me deu nenhuma explicação sobre o que aconteceu aquela noite. Fiquei com fama de barraqueiro no hospital. E eles continuam repetindo para fora que o atendimento é bom e que o hospital é excelente. Quem trabalha e quem precisa do hospital sabe que isso não é verdade. A direção e os médicos do hospital também o sabem. Não são cegos e nem surdos. Ouvem os “barracos” diários nas salas de espera dos plantões da emergência. E deitam a cabeça no travesseiro à noite como todos nós.
Não fossem gananciosos, estruturariam o hospital primeiro antes de querer tirar os clientes Unimed do SAMER. Ficariam um tempo com a emergência funcionando sem descredenciar a concorrência. Até para terem noção das deficiências durante esse período e irem corrigindo sem a pressão da demanda de todos os clientes de uma cidade.
Minha mãe ia morrer. Todos da família sabiam disso. Mas poderia ter sido com mais dignidade e respeito. Ela também era técnica de enfermagem. Trabalhou com muitos médicos que hoje estão naquele hospital. Os médicos de plantão do dia a conheciam pessoalmente e sabiam da situação dela. A direção do hospital também a conhecia. Mas não foi o suficiente para ajuda-la. A máquina de moer gente foi mais eficiente.
João Escobar
Farmacêutico

NOTA DA EDITORA
O BEIRA-RIO tem recebido muitas reclamações, semanalmente, sobre a demora no atendimento do Hospital Unimed e solicitou uma nota sobre este assunto à Assessoria de Comunicação da empresa que respondeu:

Srª Editora,
O serviço de Pronto Atendimento (PA) do Hospital Unimed Resende oferece plantonistas 24 horas nas áreas de pediatria e clínica médica, e plantonista 12 horas (com outras 12 horas de sobreaviso) na área de ortopedia (diferencial na cidade). Todos os pacientes que chegam ao PA passam por um sistema de classificação de risco, de acordo com normas internacionais. Conforme a gravidade e risco para a saúde, o paciente é classificado com uma cor. O tempo estimado de espera no atendimento segue a seguinte tabela (estabelecida por protocolos internacionais):
Vermelho – imediato
Laranja – 10 minutos
Amarelo – 60 minutos
Verde – 120 minutos
Azul – 240 minutos
Vale ressaltar que os casos classificados como verde e azul representam mais de 80% dos atendimentos registrados no PA. São casos que poderiam ser atendidos em consultórios médicos, em horário agendado. O Pronto Atendimento do Hospital Unimed Resende foi inaugurado em 15 de fevereiro de 2013 e vem atendendo em média 150 pacientes por dia. O volume acabou superando as expectativas, uma vez que o atendimento foi pensado com base na demanda já existente nos hospitais contratados.
O Hospital Unimed Resende tem procurado responder a todas as reclamações encaminhadas e tem aproveitado as criticas para corrigir as falhas e melhorar o atendimento.
Att,
Bianca Schvarstman
Unimed Resende
Assessora de Comunicação

Caros Leitores,
Quero aproveitar este sempre democrático espaço, para chamar a atenção da população da cidade e principalmente a atenção dos companheiros Servidores Públicos Municipais de Resende. É com profunda tristeza que acompanho um pequeno grupo de vigilantes sanitários do CCZ – Centro de Controle de Zoonoses, iniciarem um movimento de paralização das atividades sem antes buscar o apoio do Sindicato que os representa. É de se estranhar o fato dos companheiros servidores não saberem que somente através do sindicato é possível qualquer tipo de paralização, ainda que de advertência. Se isso não for anarquia, honestamente não sei o que mais seria. Fui procurado no ano passado por um Vigilante Sanitário do CCZ que fez algumas reclamações a respeito do seu coordenador e disse que outros servidores tinham as mesmas reclamações. Ficou acertado que ele levaria outros servidores ao Sindicato para que o problema fosse melhor explicado. O Vigilante Sanitário não voltou mais ao Sindicato, não falou mais nada, e não recebemos nenhuma reclamação de funcionários do CCZ. Por isso a estranheza com esse movimento repentino e desproposital. Juntamente com mais um Diretor do Sindicato estive nas dependências do CCZ para conhecer a estrutura e os equipamentos de trabalho oferecidos aos vigilantes. Por isso quero afirmar aos Vigilantes que como presidente do Sindicato, tenho pleno conhecimento das boas condições do refeitório, do vestiário, dos uniformes novos e dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individuais), bem como tenho conhecimento das 30 horas extras que eram pagas aos Vigilantes Sanitários como forma de incentivo, o que para alguns parece não ter sido o bastante e isso se reflete claramente na falta de pontualidade de alguns maus companheiros. E sobrou apenas isso, a falta de vontade de trabalhar, ao ponto de pedirem a saída de um coordenador apenas pelo fato dele cobrar o essencial, simplesmente que o servidor cumpra seu horário e a suas tarefas. Acharam que o melhor era fazer uma operação tartaruga como forma de voltar a trabalhar em um horário que claramente não resolve a demanda de inspeção para combater os focos da dengue, colocaram os seus interesses particulares a frente do compromisso ético que a sua função exige. Quando um pequeno grupo de maus servidores insiste de forma irresponsável e anárquica, fazer uma paralização por conta própria, assumem claramente as responsabilidades que terão que arcar, quando colocam a cidade e seus moradores em um risco iminente de uma epidemia de dengue. Os servidores, tal como qualquer outro cidadão resendense podem discordar em qualquer aspecto do Sindicato dos Servidores Públicos. O que não pode e não é tolerável, sobre qualquer ponto de vista, é que esses poucos servidores se achem acima do bem e do mal, ao ponto de não ter o compromisso necessário a quem um dia pensou em ser servidor público. Não existe razão a ser dada ao servidor que simplesmente se recusa a fazer o seu trabalho. Ainda mais quando do seu trabalho e da sua dedicação depende a saúde de todos nós. Quando o serviço público da cidade tem uma boa avaliação por parte da população não tenhamos dúvida que a maior parte desse mérito se deve a cada servidor que sabe que uma prefeitura tem o dever de produzir o bem estar das pessoas. E a cada vez que o servidor público de Resende é chamado a se dedicar mais um pouco, ele tem se doado para que possamos ter bons exemplos de dedicação e superação por parte dos servidores do Hospital de Emergência, dos Profissionais de Ensino, de todos os Servidores do Pátio, dos Servidores da Saúde, Guardas Municipais, Motoristas… Faço um chamamento aos bons e dedicados servidores que, no momento em que começamos uma campanha salarial unificada para todos os servidores não podemos ter a imagem da nossa classe manchada por aqueles que simplesmente não querem trabalhar. Faço um apelo ao secretário de saúde, vamos olhar mais detalhadamente para os vários atestados médicos de alguns poucos e constantes servidores enfermos do CCZ, parece que temos algumas epidemias que estão assolando um pequeno grupo ou temos uma grande epidemia de atestados médicos que acabam desmotivando os bons servidores do CCZ. O pior nessa história é que boa parte dos servidores públicos anárquicos são servidores que estão no período probatório, e correm um sério risco de não serem efetivados quando ao fim do período de 3 anos, pois demonstram claramente que não tem aptidão para aquilo que é a essência do serviço público: o querer servir. Para aqueles que estranham esse comentário público é preciso esclarecer que o Sindicato tem um compromisso de defender os legítimos interesses com dos servidores públicos municipais de Resende, mas em nenhum momento vai compactuar ou ser cumplice de maus servidores. Para muito além do nosso corporativismo devemos ter sempre o compromisso de melhor servir a nossa cidade, é disso que nasce os nossos direitos e é isso que nos motiva a cumprir nossas obrigações.
Marco Antônio Correa da Silva
Presidente do Sindicato dos Funcionários Públicos do Município de Resende

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2 thoughts on “CARTAS E EMAILS

  1. É um caos o atendimento no pronto socorro do novo Hospital da Unimed Resende. A noite tem apenas um plantonista. Em uma das noites que estive lá havia mais de 30 pessoas aguardando horas por umatendimento. Presenciei 04 clientes enfurecidos, fazendo “barraco”. Nessa mesma noite não havia mais quartos na enfermaria para internaçao, e nem leitos na emergência da Unimed. O pior de tudo é que a equipe do Hospital da Unimed Resende acha isso normal… Tanta tecnologoa e modernidade para ter um péssimo serviço…

    1. NOSSA QUE TRISTEZA! O HOSPITAL UNIMED DE VOLTA REDONDA É MARAVILHOSO,POR QUE QUE AQUI EM RESENDE NADA FUNCIONA COMO EM OUTRAS CIDADES????????????????/

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