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PARQUES DA COPA: PROJETO FICOU SÓ NO PAPEL
O projeto Parques da Copa prometia injetar R$ 668 milhões na infraestrutura de 23 parques federais, incluindo o nosso Parque Nacional do Itatiaia, para atrair os turistas que viriam para a Copa do Mundo. Infelizmente, somente cerca de R$ 1 milhão, ou 0,15% do previsto, foi investido.
Por isso, deixamos de arrecadar R$ 1,8 bilhão por ano pelo uso público das nossas unidades de conservação, segundo estudos produzidos por entidades ambientalistas como WWF-BRASIL e SOS Mata Atlântica. No ano passado os 26 parques federais que contabilizam seu uso público receberam cerca de 6 milhões de visitantes. Enquanto isso, os parques americanos receberam 280 milhões de visitantes no mesmo período.
Isso mostra como não damos importância às nossas unidades de conservação. Além de mal administradas, comprometendo a sua principal função que é a preservação ambiental, nossos parques não cumprem a sua função social de gerar trabalho e renda através do uso público. Em Resende, não é diferente. Nossas APAs e parques municipais padecem do mesmo problema: falta de visão dos dirigentes públicos e falta de gestão profissional.
Maria de Lourdes Julianelli

MAS AFINAL… O QUE É INTELIGÊNCIA?
Muito bom! Li em algum lugar que o conceito moderno de avaliação de inteligência valoriza a capacidade do indivíduo de resolver os problemas que a vida apresenta, boa leitura. “Quando eu estava no Exército russo, fiz um teste de aptidão, solicitado a todos os soldados, e consegui 160 pontos. A média era 100. Ninguém na base tinha visto uma nota dessas e durante duas horas eu fui o assunto principal. (Não significou nada – no dia seguinte eu ainda era um soldado raso da KP – Kitchen Police, que trabalhava na cozinha). Durante toda minha vida consegui notas como essa, o que sempre me deu uma ideia de que eu era realmente muito inteligente. E eu imaginava que as outras pessoas também achavam isso. Porém, na verdade, será que essas notas não significam apenas que eu sou muito bom para responder um tipo específico de perguntas acadêmicas, consideradas pertinentes pelas pessoas que formularam esses testes de inteligência, e que provavelmente têm uma habilidade intelectual parecida com a minha? Por exemplo, eu conhecia um mecânico que jamais conseguiria passar em um teste desses, acho que não chegaria a fazer 80 pontos. Portanto, sempre me considerei muito mais inteligente que ele. Mas, quando acontecia alguma coisa com o meu carro e eu precisava de alguém para dar um jeito rápido, era ele que eu procurava. Observava como ele investigava a situação enquanto fazia seus pronunciamentos sábios e profundos, como se fossem oráculos divinos. No fim, ele sempre consertava meu carro. Então imagine se esses testes de inteligência fossem preparados pelo meu mecânico. Ou por um carpinteiro, ou um fazendeiro, ou qualquer outro que não fosse um acadêmico… Em qualquer desses testes eu comprovaria minha total ignorância e estupidez. Na verdade, seria mesmo considerado um ignorante, um estúpido. Em um mundo onde eu não pudesse me valer do meu treinamento acadêmico ou do meu talento com as palavras e tivesse que fazer algum trabalho com as minhas mãos ou desembaraçar alguma coisa complicada eu me daria muito mal. A minha inteligência, portanto, não é algo absoluto mas sim algo imposto como tal, por uma pequena parcela da sociedade em que vivo. Vamos considerar o meu mecânico, mais uma vez. Ele adorava contar piadas. Certa vez ele levantou sua cabeça por cima do capô do meu carro e me perguntou: – Doutor, um surdo-mudo entrou numa loja de construção para comprar uns pregos. Ele colocou dois dedos no balcão como se estivesse segurando um prego invisível e com a outra mão, imitou umas marteladas. O balconista trouxe então um martelo. Ele balançou a cabeça de um lado para o outro negativamente e apontou para os dedos no balcão. Dessa vez o balconista trouxe vários pregos, ele escolheu o tamanho que queria e foi embora. O cliente seguinte era um cego. Ele queria comprar uma tesoura. Como o senhor acha que ele fez? Eu levantei minha mão e cortei o ar com dois dedos, como uma tesoura. – Mas você é muito burro mesmo! Ele simplesmente abriu a boca e usou a voz para pedir. Enquanto meu mecânico gargalhava, ele ainda falou: – Estou fazendo essa pegadinha com todos os clientes hoje. – E muitos caíram? – perguntei esperançoso. – Alguns. Mas com você eu tinha certeza absoluta que ia funcionar. – Ah é? Por quê? – Porque você tem muito estudo doutor, sabia que não seria muito esperto. E algo dentro de mim dizia que ele tinha alguma razão nisso tudo!” O extraordinário escritor russo Isaac Asimov, emigrado para os EUA, escreveu esta deliciosa crônica sobre a inteligência humana. Falecido em 1992, aos 72 anos, legou-nos grandes obras de ficção científica, numa delas previu, com 20 anos de antecedência, o que seria a Internet.
Nei Dibo

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