No dia 8 de outubro de 2018, foi assassinado com 13 facadas o mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa, conhecido como Mestre Moa do Katendê (foto). O crime ocorreu em um bar na capital baiana, Salvador.
Considerado um dos maiores mestres de capoeira de Angola da Bahia, começou a praticar capoeira aos oito anos de idade, no terreiro de sua tia, o Ilê Axé Omin Bain. Foi campeão do Festival da Canção do bloco Ilê Aiyê em 1977. Promoveu o afoxé, fundando em 1978 o Badauê, e em 1995 o Amigos de Katendê. Defendia um processo de “reafricanização” da juventude baiana e do carnaval, seguindo as propostas de Antonio Risério.
Foi assassinado com 12 facadas pelas costas após o primeiro turno das eleições gerais de 2018, entre Jair Bolsonaro (que era do PSL) e Fernando Haddad (PT). Segundo testemunhas e a investigação policial, o ataque foi motivado por discussões políticas, após Romualdo declarar ter votado em Haddad. O agressor, identificado como o barbeiro Paulo Sérgio Ferreira de Santana, apoiador do candidato adversário, teria discutido com o capoeirista e deixado a cena, voltando logo em seguida com o facão com o qual teria desferido as acadas na vítima.
Romualdo não resistiu e morreu no local. Em 21 de novembro de 2019, Paulo Sérgio foi julgado e condenado a 22 anos e 1 mês de prisão em regime fechado, em júri popular realizado no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador. A condenação somou as penas de 17 anos e 5 meses por homicídio duplamente qualificado contra Moa e 4 anos e 8 meses pela tentativa de homicídio duplamente qualificado contra Germino do Amor Divino, primo do mestre de capoeira, que estava com ele no dia do crime.
A morte do compositor suscitou homenagens por artistas próximos como Caetano Veloso e Gilberto Gil e também de artistas internacionais, como Roger Waters. Grupos de capoeira e movimentos ligados à cultura africana também fizeram homenagens em Salvador, Recife e São Paulo.
O Mestre se preparava para construir um espaço próprio na comunidade Dique Pequeno, em Salvador. Segundo pessoas próximas, a construção seria um sonho do capoeirista. Após sua morte, foi produzido o documentário “Quem vai quebrar a máquina do mal?”, sob direção de Carlos Pronzato. A película conta a história de Romualdo e traz entrevistas de pessoas próximas e testemunhas do crime que o vitimou.
Foto: Reprodução/Redes Sociais
Fontes: Wikipédia, BBC News Brasil e G1
