No Dia de Hoje – 10 de setembro

No dia 10 de setembro de 1808, foi lançado no Rio de Janeiro o primeiro jornal impresso no Brasil, a Gazeta do Rio de Janeiro. O jornal era um órgão oficial do governo português durante a permanência de Dom João VI no país. Tendo circulado às quartas-feiras e aos sábados, ou seja, como bi-hebdomadário (jornal publicado duas vezes na semana), foi editada primeiro pelo frei Tibúrcio José da Rocha e, depois, redigida pelo primeiro jornalista profissional do Brasil, Manuel Ferreira de Araújo Guimarães.

Precursora do Diário Oficial da União, foi o segundo jornal da história da imprensa brasileira, sendo, no entanto, o primeiro a ser redigido e publicado totalmente no Brasil, pela Impressão Régia, com máquinas trazidas da Inglaterra, já que o primeiro periódico nacional, o Correio Braziliense, editado por Hipólito José da Costa em postura contrária à Coroa, foi lançado cerca de três meses antes, totalmente editado, em Londres. Até a década de 1820, apenas publicações da Impressão Régia e de poucos impressores ligados ao poder tinham licença para circular no Brasil.

A Gazeta do Rio de Janeiro passava pelo crivo de ministros de estrita confiança da coroa. A Impressão Régia era então dirigida por uma junta, composta por José Bernardes de Castro (oficial da Secretaria de Estrangeiros e de Guerra), Mariano José Pereira da Fonseca e José da Silva Lisboa. O trio deveria se certificar de que nada fosse impresso atentando contra a religião, o governo ou os “bons costumes”. Para todos os efeitos, contavam com o exame prévio dos censores reais: o frei Antônio de Arrábida, o padre João Manzoni, Carvalho e Mello e o próprio José da Silva Lisboa.

Nelson Werneck Sodré, em sua obra “História da imprensa no Brasil”, ressalta que a Gazeta do Rio de Janeiro, ao contrário do Correio Braziliense, não passou de um “arremedo de jornal” que não pretendia pesar sobre a opinião pública. Apesar da pouca preocupação com o público leitor, segundo o próprio Werneck Sodré expõe, era fato que havia, por parte da Coroa, certa necessidade de informar.

E isso se devia ao declínio do próprio absolutismo. Sobretudo após a abertura dos portos, ocasião em que passaram a chegar no país impressos clandestinos variados, a monarquia “precisava dos louvores, de ver proclamadas as suas virtudes, de difundir os seus benefícios, de, principalmente, combater as ideias que lhe eram contrárias”. Todavia, com a Independência do Brasil, a publicação da Gazeta do Rio de Janeiro acabou sendo suspensa, sendo sua edição nº 157, de 31 de dezembro de 1822.

Fonte e foto: Biblioteca Nacional Digital

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