No dia 21 de agosto de 1989, morreu o cantor, compositor, produtor e multi-instrumentista Raul Seixas. Nascido em Salvador/BA, é considerado um dos pioneiros do rock brasileiro, além de ser chamado de Pai do Rock Brasileiro e Maluco Beleza. Sua obra musical é composta por 17 discos lançados durante 26 anos de carreira. Seu álbum de estreia, Raulzito e os Panteras (1968) foi produzido quando integrava o grupo Raulzito e os Panteras, mas só ganhou notoriedade crítica e de público com músicas como “Ouro de Tolo”, “Mosca na Sopa” e “Metamorfose Ambulante”, do álbum Krig-ha, Bandolo!, de 1973.
Raul Seixas tinha um estilo musical que era chamado de “contestador e místico”. Isso se deve aos ideais que defendia, como a Sociedade Alternativa apresentada no álbum Gita, lançado em 1974, influenciado por figuras como o ocultista britânico Aleister Crowley.
Junto com outro parceiro, o compositor e escritor Paulo Coelho, chegaram a ter problemas com a Censura, devido às letras de algumas canções. A letra da música “Como Vovó já Dizia”, por exemplo, composta pelos dois, teve de ser mudada. Logo no show de lançamento, a polícia apreendeu o gibi-manifesto “A Fundação de Krig-Ha” e o queimou como material subversivo. A Ditadura, então, através do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) prendeu Raul e Paulo, pensando que a Sociedade Alternativa fosse um movimento armado contra o governo.
Eles chegaram a ser exilados para os Estados Unidos, com suas respectivas esposas, Edith Wisner e Adalgisa Rios, mas o LP Gita, gravado poucos meses antes, faz tanto sucesso, que forçou a Ditadura a trazê-los de volta para o Brasil. O álbum rendeu à Raul um disco de ouro, após vender 600 mil cópias, sendo considerado o LP de maior sucesso de sua carreira.
As separações constantes de suas companheiras e alguns insucessos na divulgação de suas músicas e discos fizeram com que Raul entrasse em depressão e também sofresse com o alcoolismo e o uso de drogas, problemas de saúde que culminaram em sua morte, na manhã do dia 21 de agosto. Ele foi encontrado morto sobre a cama, por volta das oito horas da manhã em seu apartamento em São Paulo, vítima de uma parada cardíaca: seu alcoolismo, agravado pelo fato de ser diabético, e por não ter tomado insulina na noite anterior, causaram-lhe uma pancreatite aguda fulminante.
O LP A Panela do Diabo, seu último trabalho, vendeu 150 000 cópias, rendendo a Raul um disco de ouro póstumo, entregue à sua família e também a Marcelo Nova, tornando-se assim um dos discos de maior sucesso de sua carreira. Raul foi velado pelo resto do dia no Palácio das Convenções do Anhembi. No dia seguinte seu corpo foi levado por via aérea até Salvador e sepultado às 17 horas, no Cemitério Jardim da Saudade.
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Fonte: Wikipédia