Com a circulação da variante Delta da Covid-19, o estado do Rio de Janeiro verificou um ligeiro aumento dos casos graves e mortes nas últimas semanas. Ainda assim, a 46ª edição do Mapa de Risco da Covid-19 divulgada nesta sexta-feira, dia 3, pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) mostra que o estado teve redução de 9% nas internações e de 6% no número de óbitos provocados pela doença.
O secretário de Estado de Saúde, Alexandre Chieppe, destaca que a mudança no cenário epidemiológico “se deve principalmente pela vacinação da população adulta, que já alcançou 78% com a primeira dose e 38% com o esquema vacinal completo”, apesar da circulação da Delta.
Os indicadores fizeram com que o estado retornasse à classificação para bandeira amarela, de baixo risco, após uma semana na bandeira laranja, de risco moderado. A análise compara as semanas epidemiológicas 33 (de 15 agosto a 21 de agosto) e 31 (01 agosto a 07 de agosto) de 2021.
O levantamento mostra que as taxas de ocupação de leitos no estado do Rio de Janeiro também tiveram redução. A de UTI caiu de 70% para 67%; e a de enfermaria de 46% para 44%, se comparado ao levantamento da semana passada.
Das nove regiões do estado, apenas uma ainda segue na bandeira vermelha (alto risco) com os dados, a Metropolitana I (que inclui a capital). Cinco delas, incluindo o Médio Paraíba (onde se localiza Resende), estão em bandeira amarela. Já a Região Noroeste passou da bandeira vermelha para laranja, mesma classificação das regiões Serrana e Baía da Ilha Grande.
Em outro boletim, este divulgado no mesmo dia pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Boletim Observatório Covid-19 Fiocruz, os números também mostram queda no número de óbitos pela décima semana consecutiva, com redução média diária de 1,6% durante a Semana Epidemiológica 34, de 15 a 28 de agosto. O levantamento ainda mostra incidência de casos confirmados nesse mesmo período caiu 2,4% ao dia e a taxa de positividade dos testes também está em queda.
Quanto ao estudo dos níveis de incidência de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) aponta uma tendência geral de redução no país, mas em cinco estados ainda há grau de incidência extremamente alto, entre eles o Rio de Janeiro. Fora que a capital fluminense registrou tendência de aumento de casos.
CUIDADO COM A DELTA
Mesmo com a tendência de queda no país, as cientistas do Observatório Covid-19 ressaltam que os valores médios registrados na última semana epidemiológica (SE) — 24,6 mil casos novos e 670 óbitos diários — implicam na necessidade de atenção frente à hipótese de agravamento da pandemia, sobretudo pela difusão da Delta no momento em que grande parte da população ainda não completou o esquema vacinal.
Outra preocupação é que a taxa de letalidade da doença no país está em torno de 2,8%, que é considerada alta frente a outros países que adotam medidas de proteção coletiva, testagem e cuidados intensivos para doentes graves.
– Apesar de ainda ser necessário avançar na ampliação e aceleração da vacinação, esse processo contribui para a importante tendência de redução da incidência e mortalidade, sendo notável o declínio no número absoluto de internações e óbitos em todas as faixas etárias – dizem os pesquisadores do Observatório.
REGIÃO METROPOLITANA EXIGE ATENÇÃO
O mesmo boletim alerta que o Estado do Rio de Janeiro apresenta um cenário que exige atenção, já que reitera tendência de crescimento do indicador de ocupação de leitos de UTI Covid-19 no Sistema Único de Saúde (SUS). As regiões mais críticas são a Metropolitana I, onde está a capital (96%), que concentra cerca de 1/3 dos leitos de UTI e é referência no estado, e a Baixada Fluminense – Belford Roxo (100%), Duque de Caxias (94%), Guapimirim (90%), Nova Iguaçu (85%), Queimados (78%) e São João do Meriti (83%) –, que compreende cerca de 15% dos leitos.
