No Dia de Hoje – 3 de setembro

Pessoas choram durante cerimônia em homenagem às vítimas da escola de Beslan, no ano de 2010

No dia 3 de setembro de 2004, uma tragédia solucionada de forma negligente abalou a Rússia e o resto do mundo. Um grupo de cerca de 30 rebeldes armados pró-Chechênia – que exigiam o reconhecimento da independência da Chechênia e a retirada de tropas russas da região – invadiram a Escola Número Um, na cidade de Beslan, na república autônoma da Ossétia do Norte, dois dias antes, em 1º de setembro de 2004, e fizeram 1.200 pessoas como reféns.

Durante a ação dos criminosos, vários reféns foram executados e o ginásio onde haviam sido reunidos foi minado de explosivos. Com o insucesso nas negociações, as autoridades russas decidiram em 3 de setembro liderar uma operação de retomada do complexo escolar.

A iniciativa, no entanto, acabou sendo desastrosa. No começo da tarde do último dia, após duas explosões no ginásio, alguns reféns tentaram fugir. Mas os rebeldes dispararam contra eles, provocando um tiroteio com as forças de segurança. Dessa forma, o centro de comando instalado nas proximidades ordenou o assalto.

Enquanto isso, os rebeldes que sobreviveram às explosões reuniram cerca de 300 reféns sobreviventes no ginásio para levá-los para outro lugar. Foi quando o teto do ginásio, desabou após o local se incendiar. Ao final da operação russa, mais de 330 pessoas haviam sido mortas (sendo 186 crianças que estudavam na unidade), mais de 700 feridas. E entre os soldados, 12 foram mortos.

Em 13 de abril de 2017, menos de 13 anos mais tarde, a Rússia foi condenada pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos pelos excessos cometidos e o insucesso da operação. A entidade considerou que as autoridades russas da época dispunham, “pelo menos alguns dias antes do incidente”, suficientemente de “informações precisas sobre um plano de ataque terrorista na região, que estaria vinculado ao início do ano letivo”.

Ou seja, poderia ter evitado o ataque de Beslan em 2004 e demonstrou graves deficiências na gestão da crise dos reféns. A Rússia foi condenada a pagar 3 milhões de euros aos requerentes, formado por um grupo de 409 cidadãos, entre reféns e feridos, além de familiares de vítimas, que sustentaram através de seus testemunhos que os soldados atuaram de forma cega durante a ação.

Dos envolvidos na operação e no massacre, os policiais de Beslan foram anistiados e os da polícia inguche foram absolvidos das acusações de negligência.  O único sequestrador sobrevivente foi condenado em 2006 à prisão perpétua.

Foto: Reuters

Fontes: Isto É e Wikipédia

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