No Dia de Hoje – 2 de setembro

Bombeiros tiveram muito trabalho para controlar as chamas

No dia 2 de setembro de 2018, ano em que completava dois séculos de existência, o Museu Nacional, localizado na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, foi atingido por um incêndio de grandes proporções. Segundo informações da imprensa na ocasião, o imóvel – que já residência oficial da família imperial – começou a pegar fogo por volta das 19h30 desse dia. Mesmo que o incidente não tenha provocado vítimas, quase a totalidade do acervo histórico e científico construído ao longo de sua criação, e que abrangia cerca de 20 milhões de itens catalogados foi perdida. Fora que o local foi extremamente danificado com rachaduras, desabamento de sua cobertura, além da queda de lajes internas.

O trabalho de combate às chamas por parte do Corpo de Bombeiros chegou a ser dificultado, inclusive, pela falta de carga d’água nos hidrantes, obrigando os bombeiros a pedir caminhões-pipa para auxiliar no combate ao incêndio. O problema, segundo o comandante-geral, coronel Roberto Robadey Costa Junior, atrasou o trabalho em cerca de 40 minutos e fez com que até a água do lago da Quinta da Boa Vista fosse utilizada no controle das chamas.

Entidades como o Ministério da Educação lamentaram o incêndio, e disse que não mediriam “esforços para auxiliar a UFRJ (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, que administra o Museu, tendo este um perfil acadêmico e científico) no que for necessário para a recuperação desse nosso patrimônio histórico”.

Museu foi casa da Família Real e contava com um vasto acervo histórico e científico

Dentre as atrações que compunham o acervo histórico, destacavam-se em exposição o mais antigo fóssil humano já encontrado no país, batizada de “Luzia”; a coleção egípcia, que começou a ser adquirida pelo imperador Dom Pedro I; a coleção de arte e artefatos greco-romanos da Imperatriz Teresa Cristina e as coleções de Paleontologia que incluem o Maxakalisaurus topai, dinossauro proveniente de Minas Gerais.

Quatro anos antes do incêndio, o Ministério da Transparência e a Controladoria-Geral da União (CGU) constataram que o Museu Nacional apresentava deficiências na segurança contra incêndios. Em uma fiscalização feita em 15 de setembro de 2014, se concluiu que a instituição não tinha laudo atualizado de vistoria do Corpo de Bombeiros. A CGU concluiu que a visita dos bombeiros e a emissão do laudo seria medida importante para garantir a segurança das instalações. Este não havia sido o único comunicado de alerta. Em 2004, já havia ocorrido um alerta por parte do governo estadual do Rio de Janeiro de que o Museu Nacional corria risco de incêndio, associado à má qualidade das instalações elétricas do edifício.

Parte do acervo do museu já se encontra recuperado, e obras de restauração seguirão acontecendo até 2025

Outro agravante que pode ter contribuído para o incêndio foi a queda dos repasses do Governo Federal ao museu pela metade em cinco anos: de 1,3 milhão de reais, em 2013, para 643 mil reais, em 2017. Os dados foram levantados pela Comissão de Orçamento da Câmara dos Deputados, com base no Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira) da União. Com os cortes, o museu apresentava sinais de má conservação, como paredes descascadas e fios elétricos expostos. Em julho de 2018, somente 71 mil reais foram transferidos para o museu, que havia completado 200 anos um mês antes, em meio a uma situação de abandono. A UFRJ teve que reduzir de 709 mil reais, em 2013, para 166 mil reais, em 2017, o desembolso com o funcionamento do museu, segundo o levantamento da Câmara.

Em matéria da Agência Brasil, de junho deste ano, foi revelado que o cronograma das obras de reconstrução do Museu Nacional previa entregas para este ano, com o encerramento dos trabalhos de higienização e proteção para recuperar os elementos históricos e artísticos que resistiram ao incêndio, do Palácio de São Cristóvão e do Jardim das Princesas, na sede do museu. Também foram anuncidas obras nas fachadas e coberturas do Palácio São Cristóvão, o bloco 1 do museu, que pertence à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e para novembro está previsto o fim da reforma da Biblioteca Central do Museu Nacional, considerada uma das mais importantes do Brasil, com um acervo de 500 mil livros, sendo 1.500 peças raras, fundada em 1863. A estimativa é de que todo o trabalho de recuperação deva acontecer até o ano de 2025.

Foto: Arquivo e Tânia Rego/Agência Brasil

Fontes: G1, Wikipédia e Agência Brasil

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