O Corrupto e Genocida Bolsonaro, está por um fio

O título da coluna é ainda muito mais um desejo do que uma certeza. É que os acontecimentos recentes insuflam o otimismo. Esses acontecimentos são mesmo animadores e, podemos, sim, estarmos assistindo o fim de um período dos mais obscuros de nossa História, mas (olha o ‘mas’ aí) possivelmente e, infelizmente, no limiar de um novo período, ainda autoritário, embora muito menos desvairado, com o general Mourão na Presidência.

Nesta sexta-feira a CPI da Pandemia abre um capítulo definitivo para apontar o cadafalso ao pseudo-presidente da República. O deputado Luís Miranda (DEM-DF) afirma ter alertado Bolsonaro sobre corrupção na negociação do Ministério da Saúde para a compra da vacina indiana Covaxin. Ele disse nessa quarta-feira, dia 23/06 o seguinte ao jornal Folha de São Paulo: “No dia 20 de março fui pessoalmente, com o servidor da Saúde que é meu irmão, e levamos toda a documentação para ele”. O deputado e o irmão estão convocados para prestar depoimento à CPI nesta sexta. Quando aliados ou gente muito próxima começa a abrir o bico, o sinal é que as coisas vão mal. Lembram da entrevista de Pedro Collor, denunciando o irmão, na Veja?

O CASO
O Ministério Público Federal investiga a possibilidade de crime de responsabilidade na compra da vacina indiana Covaxin, o que, a se confirmar ultrapassa em muito um caso de corrupção por parte do Governo Federal, o que já seria um mal definitivo. O Globo publicou reportagem dessa mesma quarta-feira: “O Ministério Público Federal identificou indícios de crime na compra feita pelo Ministério da Saúde de 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin e vai investigar o caso também na esfera criminal — até então, o caso vinha sendo apurado em um inquérito na área cível. A dose da Covaxin negociada pelo governo é a mais cara entre todas as que foram contratadas pelo Ministério da Saúde, e o processo de aquisição do imunizante foi o mais célere de todos, apesar dos alertas sobre ‘dúvidas’ em relação à eficácia, à segurança e ao preço da Covaxin. O contrato para a compra da vacina indiana totalizou R$ 1,6 bilhão”. E as vacinas nem chegaram.

O deputado Luís Miranda (DEM-DF) é irmão de Luís Ricardo Fernandes Miranda, chefe do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, que relatou ao MPF, em depoimento em 31 de março, todas as pressões que sofreu para assinar o contrato. Os dois estarão na CPI. Pelo que falou o deputado e pelo que se escreveu sobre os áudios no Site Metrópoles, fica entendido que Pazuello sabia e Bolsonaro também. É nitroglicerina pura. Dependendo do que falarem aos senadores, o imbróglio pode mesmo ser caracterizado como crime de responsabilidade do Presidente da República.

FILME REPETIDO
Os itens que identificam o filme já visto: 1) O nervosismo de Bolsonaro após às fortes manifestações de rua (vide a exagerada agressividade contra as repórteres da TV Vanguarda e da CNN em Guaratinguetá); 2) as pesquisas refletindo o desmoronamento do seu prestígio ante o crescimento da adesão ao ex-presidente Lula; 3) os projetos de lei contra o terrorismo que estão tramitando no Congresso (claramente voltado a impedir manifestações públicas) e 4) a patética ameaça do ministro Onix Lorenzon informando que o Governo vai apurar, via Polícia Federal as vidas do deputado e seu irmão e não a denúncia da tramoia feita pelos dois. Paralelamente a esses fatos, o vice-presidente o general Hamilton Mourão dá uma entrevista em programa da Globo News, com críticas ao Governo Federal. O G1 registrou no dia 22/06 a fala de Mourão: “Eu vou dizer para ti qual é o nosso maior erro, na minha visão: a questão de comunicação desde o ano passado. De campanhas de esclarecimento à população. Acho que esse foi o grande erro, uma campanha de esclarecimento firme, como tivemos no passado, de outras vacinas, mas uma campanha de esclarecimento da população sobre a realidade da doença, orientações o tempo todo para a população. Eu acho que isso teria sido um trabalho eficiente do nosso governo”. E mais, no mesmo G1, em matéria de 15/06 Mourão diz sentir falta de ser convidado para as reuniões do Presidente com seus ministros. Conclusão óbvia: O vice está querendo se descolar do Presidente.

Vocês lembram que Temer falou algo parecido e depois conspirou contra Dilma. Não digo que Mourão conspira contra Bolsonaro. Mourão não precisa conspirar, o abestalhado está sem saída num suicídio político anunciado, há tempos. Quando aliados se voltam contra, é um sinal e, aí estão seus ex-amigos Witzel e agora o deputado do DEM apontado para os esqueletos no armário. São mais de 120 pedidos de Impeachment protocolados na Câmara Federal. Daqui a pouco o deputado Lira, presidente da Câmara será orientado a escolher um deles para colocar em plenário. Mourão será o Presidente. Bom. Mas isso não é de todo maravilhoso. Mas aí já é outra coluna.

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