RJ tem mais mortes que nascimentos em um mês pela terceira vez

A pandemia da Covid-19 mostra que não tem limites, nem mesmo quando o assunto é o registro de nascimentos e mortes. A situação de calamidade sanitária vivida pelo planeta e oficialmente anunciada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em março do ano passado acelerou um fenômeno observado nos últimos anos no estado do Rio de Janeiro: a queda na diferença de nascimentos e mortes, que vinha ocorrendo de forma gradual, e trazendo índices negativos em alguns meses.

Por esse motivo, o mês de abril se tornou oficialmente o terceiro na história do território fluminense a registrar um número maior de mortes que de nascimentos nos Cartórios de Registro Civil. Esse registro vem depois de maio do ano passado, quando o Rio vivenciou o primeiro mês com o recorde negativo em sua história, com 3.335 óbitos a mais, fato que se repetiria em dezembro, com 2.897 falecimentos a mais do que nascidos vivos. Antes da pandemia, em janeiro de 2020, esta diferença era de 5.662 registros de nascimentos a mais.

Em abril deste ano, a estimativa do Portal da Transparência do Registro Civil é de que o estado do Rio até o final do mês tenha 17.006 mortes e 14.553 nascimentos, diferença de quase de 2.5 mil óbitos a mais do que nascidos vivos. O fenômeno se repete na capital fluminense, que teve 6.331 óbitos e 4.936 nascimentos, registrando o oitavo mês com decréscimo populacional de sua história.

Na capital fluminense, a realidade é semelhante. Em janeiro de 2020 eram 1.555 nascimentos a mais. Já abril e maio de 2020 registraram os primeiros meses com mais óbitos do que nascimentos, fato que viria a se repetir nos meses de outubro, novembro, dezembro do ano passado, e janeiro e março deste ano.

Em Resende, no entanto, as mortes ainda não superaram o número de nascimentos. No entanto, a diminuição na diferença dos registros é perceptível. Se em janeiro de 2020 havia pouco mais de 100 pessoas nascidas vivas em comparação aos óbitos (183 nascimentos contra 82 mortes), este número caiu drasticamente e bateu o recorde mínimo dessa diferença em dezembro do ano passado, quando nasceram 137 pessoas contra 126 que perderam a vida, chegando a um total de 11 nascimentos a mais.

FENÔMENO SE REPETE EM OUTRAS REGIÕES
No País, a região Sudeste, com cerca de 85 milhões de habitantes teve até esta sexta-feira 81.525 mortes e 76.508 nascimentos, realidade que se repete em três dos quatro estados que compõe a região: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, sendo que os dois primeiros registram também o primeiro mês com maior número de mortes do que de nascidos em seus territórios.

Além do Sudeste e dos três Estados com mais óbitos do que nascidos na região, o Rio Grande do Sul também registrou um maior número de mortes do que nascimentos em abril. Entre as capitais brasileiras, nove viram as mortes superarem o número de nascidos vivos, sendo que em quatro delas isso ocorre pela primeira vez desde o início da série história, em 2003: São Paulo, Curitiba/PR, São Luís/MA e Vitória/ES. As outras cinco, Rio de Janeiro, Porto Alegre/RS, Fortaleza/CE, Recife/PE e Belo Horizonte/MG, já haviam registrado este fenômeno em meses anteriores.

Os dados preliminares, uma vez que registros de abril ainda podem ser lançados, constam no Portal da Transparência do Registro Civil, base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados dos próprios cartórios brasileiros.

Fotos: Banco de Imagens

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