Nos últimos dias, desde que o novo coronavírus foi classificado como pandemia em todo o mundo, governos de estados com maior transmissão da doença, como o Rio de Janeiro, além dos municípios, começaram a baixar decretos como forma de prevenir a população contra um número maior de casos e mortes e evitar o que aconteceu na China e está acontecendo agora na Europa e nos Estados Unidos.
Cidades como Volta Redonda tiveram seus serviços fechados através de uma Ação Civil Pública do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) nesta quinta-feira, dia 19, através do juiz de plantão, Flávio Pimentel. Nesse pedido, segundo a Prefeitura de Volta Redonda, “foi solicitado o fechamento de shoppings, centros comerciais e estabelecimento congêneres, mercado popular, entre outros”. Além disso, também “foi determinado o fechamento de boates, bares, restaurantes, lanchonetes e estabelecimentos do mesmo gênero”. Eventos e atividades com presença de público e aglomeração de pessoas também foram suspensas.
No entanto, uma outra medida que vem sendo tomada,e que causou divergência entre os governos estadual e federal, é a suspensão da chegada e da partida de todos os ônibus da região metropolitana do Rio e ônibus interestaduais de localidades com circulação do vírus confirmada ou situação de emergência decretada. Em um vídeo que circulou nas redes sociais nesta sexta-feira, dia 20, o prefeito Samuca Silva aparece informando que Volta Redonda também está fechando suas entradas para ônibus e outros veículos vindos dessas regiões.
A restrição imposta pelo governador do estado do Rio de Janeiro Wilson Witzel para conter o avanço do coronavírus foi criticada pelo presidente Jair Bolsonaro também nesta sexta-feira, em coletiva realizada no período da tarde. Para ele, “parece que o Rio de Janeiro é outro país” porque Witzel teria tomado medidas que não competem a ele. O presidente também afirmou que algumas das medidas que estão sendo tomadas por governadores prejudicam os mais pobres e podem causar saques.
— Estão tomando medidas, no meu entender, exageradas. Fecharam o aeroporto do Rio de Janeiro. Não compete a ele, Meu Deus do céu! (…) Parece que o Rio de Janeiro é um outro país. Não é outro país. Você tem uma federação — disse o presidente, que também demonstrou preocupação com o fechamento do comércio.
O governador rebateu o presidente, dizendo que o Governo Federal está andando “a passos de tartaruga”, e que falta um diálogo entre a União e os governadores. “(…) Só fiz o decreto para que o governo tome ciência das medidas que precisam ser adotadas e, de uma vez, acorde. É necessário acabar com essa atitude antidemocrática e ouvir os governadores”, criticou Witzel, dizendo que os hospitais do estado serão impactados com a falta de diálogo.
O decreto de Witzel determina que sejam suspensas viagens aéreas, terrestres e aquaviárias de origem de locais com circulação confirmada do coronavírus ou situação de emergência decretada. Algo que ainda depende de confirmação das agências reguladoras, como Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que criticou a decisão.
Fotos: Rogério Santana e Reprodução/Correio Braziliense


