A Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou oficialmente nesta quarta-feira, dia 26, na sede da entidade em Brasília, o tema deste ano da Campanha da Fraternidade. Com o nome de “Fraternidade é Vida: Dom e Compromisso”, a campanha deste ano, segundo a CNBB, nasceu por iniciativa de Dom Eugênio de Araújo Sales, em Nísia Floresta, na Arquidiocese de Natal/RN, como expressão da caridade e da solidariedade em favor da dignidade da pessoa humana, dos filhos e filhas de Deus.
Além de ter base em um trecho da Bíblia, no livro de Lucas, capítulo 10, versículo 33-34, que fala sobre a parábola do Bom Samaritano (na qual Jesus conta a história de um morador que socorreu um viajante ferido enquanto passava pela estrada que ligava Jericó a Jerusalém), a campanha também se inspira na figura de Santa Dulce dos Pobres, canonizada pela Igreja Católica em outubro do ano passado. Natural de Salvador, Maria Rita de Souza Brito Lopes, conhecida por Irmã Dulce, era conhecida como o Anjo Bom da Bahia, tinha vocação para trabalhar em prol da população carente e ao mesmo tempo de se dedicar à vida religiosa. Um de seus maiores legados foi a criação do maior hospital do estado da Bahia, que surgiu de um terreno que abrigava um galinheiro ao lado do Convento Santo Antônio, no início dos anos de 1950, que hoje é um dos maiores complexos de saúde 100% SUS do país.
Em sua mensagem, publicada no site da Diocese de Barra do Piraí-Volta Redonda, o bispo diocesano Luiz Henrique da Silva Brito destaca que a parábola é uma das mais fascinantes do Evangelho e vai ao encontro de uma pergunta: quem é o próximo?
– No discorrer da cena se percebe logo que a preocupação maior não é identificar o próximo, pelo contrário, o importante é tornar-se próximo. Que abordagem impressionante. Ainda hoje nos traímos na vida religiosa com pensamentos seletivos e limitadores, no sentido de relativizar uma postura essencialmente cristã, ou seja, fazer o bem sem olhar a quem – disse o bispo.
Brito ainda ressalta que “ao escolher esta parábola, a Campanha da Fraternidade deste ano mostra o quanto, infelizmente, é atual a advertência contida nela por vivermos ainda em uma sociedade agitada, egoísta e indiferente onde se faz mais do que urgente suscitar a cultura do encontro, da compaixão e fraternidade”. Ele também critica o crescimento da indiferença e o desprezo pela vida com projetos que visam regularizar a eutanásia e o aborto, além dos graves problemas sociais que assolam o mundo e o Brasil.
A primeira missa de abertura da Campanha da Fraternidade 2020 acontece no próximo final de semana, com a presença do bispo, no próximo domingo, dia 1º, na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, no Conforto, em Volta Redonda, às 9 horas.
Foto: Divulgação/CNBB
