Acordo bilateral automotivo pode retirar montadora de Resende

A permanência da fábrica da Nissan em Resende, inaugurada em 2013, pode estar com os dias contados. Tudo isso porque entrou em vigor em 19 de março, mais uma etapa do acordo comercial automotivo entre Brasil e México, firmado em 2002. O acordo, que inicialmente previa cotas isentas de impostos, agora passa a ser de livre-comércio de veículos e autopeças, ou seja, montadoras instaladas no dois países poderão exportar e importar produtos sem qualquer barreira comercial como cotas e Imposto de Importação.

É que nesta sexta-feira, dia 5, a imprensa local informou que a montadora japonesa, através de suas fontes ligadas à diretoria que o impacto do acordo pode provocar demissões e transferir a fábrica para o México. Para a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que defendia a prorrogação, por mais três anos, do sistema de cotas, a competitividade da indústria brasileira é muito inferior à do parceiro, e o receio da associação com o fim das cotas é de que as matrizes das empresas prefiram investir no México em vez do Brasil.

O início do acordo de livre-comércio estava previsto para começar em 2015, mas na ocasião foram mantidas as cotas por mais cinco anos, com valores aumentando 3% a cada ano. Nos últimos 12 meses, entre março de 2018 e março deste ano, a cota era de US$ 1,7 bilhão para cada país.

ACORDO VALE PARA VEÍCULOS DE PASSEIO
Mas para o Ministério da Economia, no curto prazo o efeito do livre-comércio será quase nulo porque o volume importado pelo Brasil do México está 14% abaixo do que prevê a cota atual. Por enquanto, a mudança para o livre-comércio valerá apenas para automóveis e comerciais leves, com a inclusão dos caminhões e ônibus a partir do ano que vem.

O jornal BEIRA-RIO entrou em contato com a assessoria de imprensa da montadora, que ainda não se pronunciou.

Foto: Divulgação

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