Polícia Federal prende Pezão em mais uma etapa da Lava Jato

Polícia no momento da prisão de governador no Palácio Laranjeiras

Foi preso por volta das 6 horas desta quinta-feira, dia 29, o governador do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão (MDB). Ele recebeu voz de prisão da força-tarefa da Lava Jato, que esteve presente no Palácio Laranjeiras, residência oficial do chefe do estado. Pezão, segundo as investigações da Polícia Federal, estaria envolvido na Operação Boca de Lobo, mais uma etapa da Operação Lava Jato, baseada na delação premiada de Carlos Miranda, operador financeiro de Sérgio Cabral, que também está preso.

Segundo a PF, a Operação Boca de Lobo investiga os crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e corrupção ativa e passiva, cometidos pela alta cúpula da administração do governo do Estado do Rio de Janeiro. Além dessa prisão, a Polícia Federal cumpriu 30 mandados de busca e apreensão. Um deles é na casa de Pezão em Piraí. Há equipes também no Palácio Guanabara, sede do governo, em Laranjeiras.

A ordem de prisão preventiva foi expedida pelo ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A ação também tem como alvo o atual secretário estadual de Obras do Rio, José Iran Peixoto, e há buscas e apreensão na casa de Hudson Braga, que foi secretário de Obras durante o governo de Cabral.

Carlos Miranda detalhou o pagamento de mesada de R$ 150 mil para Pezão na época em que ele era vice de Cabral. Também houve, segundo a delação, pagamento de 13º de propina e ainda dois bônus de R$ 1 milhão como prêmio. Segundo o depoimento à Justiça, o “homem da mala” do ex-governador Cabral disse que Pezão guardou R$ 1 milhão em propina com um empresário do Sul Fluminense.

O nome da operação faz alusão aos desvios de recursos, revelados nas diversas fases da Operação Lava Jato, que causa a sensação na sociedade de que o dinheiro público vem escorrendo para o esgoto. Boca de Lobo é o dispositivo instalados em vias públicas para receber o escoamento das águas da chuva drenadas pelas sarjetas com destino às galerias pluviais.

O dinheiro vinha de empreiteiras e fornecedoras que tinham contrato com o governo do estado, afirmou o delator. Miranda acrescentou ainda que, de 2007 a 2014, Pezão, na época vice-governador, também ganhou um 13º salário, além de dois bônus, de R$ 1 milhão cada.

Nas duas ocasiões, o governador negou as acusações. Sobre a mesada, Pezão disse que “as afirmações eram absurdas e sem propósito”. “O governador afirma que jamais recebeu recursos ilícitos e já teve sua vida amplamente investigada pela Polícia Federal”, disse a nota. Com a prisão, assume o vice Francisco Dornelles (PP).

Além de Pezão e José Iran, também foram presos o secretário de Governo Affonso Henriques Monnerat Alves da Cruz; e o sobrinho do governador, Marcelo Santos Amorim. Até as 13h30, dois mandados de prisão ainda não haviam sido cumpridos.

Fotos: Reprodução/Redes Sociais

Fonte: G1

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