Elas são a resistência!

Entre o final da tarde e o começo da noite de sexta-feira, dia 21, um movimento que começou tímido, mas depois foram chegando mais mulheres e homens com suas companheiras. Eles participaram da Marcha das Mulheres das Agulhas Negras, movimento organizado pela União Brasileira de Mulheres (UBM) em Resende.

A marcha começou no Calçadão de Campos Elíseos, onde integrantes da UBM estenderam uma bandeira com a frase “Mulheres Contra o Fascismo – #EleNão”, cantavam e gritavam palavras de ordem pelo valor do voto das mulheres e também contra o candidato a presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) que nas últimas semanas – mesmo após o atentado que sofreu – segue proferindo palavras de ofensa contra as mulheres.

Uma das participantes, a estudante Júlia Gabriela Pimenta (foto abaixo), de 15 anos,  conta que tem conversado com colegas que poderão votar nas eleições deste ano.

– Infelizmente alguns têm a cabeça pequena, já que são influenciados pelos pais. Tento explicar que precisamos lutar por nossos direitos. Até mesmo uma professora da minha escola teve uma declaração infeliz, pois achava que não deveria existir Dia da Consciência Negra, uma data que foi criada pelo fato de termos uma dívida com os nossos negros aqui no país. E ainda por cima falou do candidato do qual votaria, imitando o gesto dele de pegar em uma arma – citou.

Ela esteve acompanhada de sua mãe, a desempregada Ivanilda da Silva Pimenta, que tem acompanhado os passos da filha em eventos de militância. “A gente faz uma troca de conhecimento, e estamos no mesmo caminho, defendendo os mesmos ideais”.

Outra participante, que preferiu não se identificar, disse conhecer a estudante e destacou que alguns colegas de fato são eleitores de direita, e que por isso precisou evitar falar de política dentro das escolas onde leciona. “Até pra pedir que meus alunos façam um trabalho sobre Direitos Humanos, não posso citar política nem falar da minha preferência. Tenho colegas de profissão que são muito conservadores”.

Entre os homens que participaram da marcha estava o professor de Sociologia Rudolf Rottchild (foto abaixo), que mostrou uma camisa da qual fez a arte.

– Decidi fazer pra poder participar desse evento, sei que é voltado para as mulheres, mas os homens também precisam participar. Nossa sociedade é formada por homens e mulheres que precisam lutar contra pensamentos contraditórios. O que a gente tem que entender é que os dois gêneros precisam caminhar juntos. Essa luta não é apenas contra o candidato, mas contra todos os homens que possuem o mesmo pensamento misógino e machista dele. Como homem, sou contra isso – opina.

Os participantes caminharam do Calçadão até a Praça da Concórdia, atravessando a Ponte Velha e passando pela passarela, onde seguiram realizando a marcha com as palavras de ordem “Ele Nunca”, “Ele Jamais” e “Se Fere a Minha Existência, Eu sou a Resistência”, entre outras. O encerramento aconteceu no Calçadão, onde alguns participantes tiveram voz para falar sobre a luta organizada pelas integrantes da UBM em Resende e em outras partes do Brasil. Um deles chegou a dizer que “a eleição no Brasil será decidida por elas”.

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