Pesquisa ajudará a mapear risco do Zika vírus na cidade de Resende

Há três meses uma equipe de pesquisadores da área da saúde percorre bairros de Resende, entrevistando e fazendo exames de sangue em algumas pessoas que foram escolhidas por amostragem, para verificar se foram infectadas pelo Aedes Agypti e se tiveram, especialmente, o Zika. A pesquisa faz parte do doutorado em Medicina Tropical, da Fiocruz/RJ, do epidemiologista e médico de Resende, Marco Antônio Netto e se estenderá até o final de dezembro deste ano.  Os estudos ajudarão a mapear e compreender melhor como este tipo de infecção está circulando no município: “Permitirá ter uma real dimensão das três infecções, além do Zika, a Dengue e o Chikungunya porque boa parte destas infecções são assintomáticas, especialmente do Zika que apenas 20% dos infectados apresentam sintomas”, explica o médico (na foto, o primeiro à direita).

Com poucos sintomas e levando risco principalmente para gestantes, o Zika vírus não tem um método de detecção validado, por isso a pesquisa que usa testes sorológicos pretende medir a prevalência de anticorpos protetores contra a infecção por Zika, assim como observar o possível risco de epidemias no município de Resende por este vírus. A importância da pesquisa está em apresentar perspectivas para o município, além de ter um mapa retrospectivo dos a dois últimos anos, quando Resende teve epidemias de dengue.

De dezembro de 2015 a maio deste ano, Resende teve 156 casos notificados, sendo que 27 gestantes com exantema (marcas avermelhadas sobre a pele), destas gestantes, sete foram expostas ao Zika, cuja infecção se dá entre 12ª e 35ª semanas de gestação, todas sendo acompanhadas pelo Setor de Epidemiologia, coordenado pelo pesquisador e felizmente 23 nascidos vivos sem anormalidades congênitas. “Como tem poucos sintomas o risco às gestantes é grande, por isso conhecer a intensidade da circulação e risco de novas epidemias e também delimitar perfis territoriais e sócio-econômicos poderão nos ajudar no controle epidemiológico”, explica Netto.

Para o pesquisador, o entendimento e participação da população que tem sido procurada são satisfatórios e tão logo os estudos estejam concluídos todos os participantes terão conhecimento dos resultados, o que também contribui nos aspectos preventivos já que a falta de testes rápidos e ausência de vacinas são hoje uma realidade que contribui negativamente para a disseminação do Zika vírus.

Fotos: Redes Sociais e Arquivo Pessoal

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