Resende se prepara para Greve Geral

Mercado Popular será ponto de encontro entre os participantes da Greve Geral em Resende (Fonte: Reprodução/G1)
Mercado Popular será ponto de encontro entre os participantes da Greve Geral em Resende (Fonte: Reprodução/G1)

Na próxima sexta-feira, dia 28, centrais sindicais convocarão nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal uma Greve Geral, com o objetivo de defender os direitos da classe trabalhista ameaçados pelas reformas Previdenciária e Trabalhista (esta última votada pela Câmara dos Deputados na quarta-feira, dia 26), que podem acabar com os direitos dos trabalhadores.

Em Resende, o evento também acontece no mesmo dia, e está sendo organizada por várias entidades, entre elas a Igreja Católica. O bispo da Diocese de Barra do Piraí-Volta Redonda, Dom Francisco Biasin, se manifestou publicamente nesta terça-feira, dia 25, a favor da paralisação de sexta-feira. Em nota publicada na página da Diocese, Biasin convida todos os fiéis das 30 paróquias da região a participarem, “clamando por justiça e dignidade”.

– Trata-se de uma causa justa: defender os direitos adquiridos em defesa da vida e da dignidade de todos, sobretudo dos pobres e indefesos. Vamos mostrar aos nossos governantes a nossa indignação em relação às reformas impostas à população, sem diálogo com a sociedade civil organizada, manifestando assim o nosso desejo de construir um Brasil melhor para todos. Participar da paralisação nacional é um ato de coragem e uma forma nobre de exercer a cidadania e o autêntico patriotismo – destaca o bispo.

Em Resende, o representante da Paróquia da Sagrada Família (Itapuca), padre Rafael Ferreira, também opina sobre a decisão da Igreja. “Atenta aos sinais dos tempos e diante do grande sofrimento do povo, a Igreja, por fidelidade a Jesus, se opõe às reformas trabalhista e da previdência, assim como a qualquer outra proposta que subtraia direitos adquiridos pela população. Por isso, em Resende, estamos caminhando ao lado de outros grupos e movimentos que têm essa mesma e legítima preocupação com a vida do povo, particularmente com a dos mais pobres”.

De acordo com o religioso, “sindicatos, categorias trabalhistas, movimentos populares, comunidades eclesiais e pessoas de boa vontade” se reunirão durante a manifestação. Ele considera as propostas feitas pelo Governo Federal “maldosas e pecaminosas”. “Nenhum direito a menos! Eis o nosso grito de protesto e de esperança!”, completa.

Militantes aproveitam movimento para panfletar na rua e no estacionamento próximo a AEDB (Fotos: Divulgação)
Militantes aproveitam movimento para panfletar na rua e no estacionamento próximo a AEDB (Fotos: Divulgação)

Além da Igreja, o Sindicato dos Funcionários Municipais de Resende, a Associação dos Professores Municipais de Resende e o Sindicato dos Químicos de Resende.  Fora esses grupos, há quem está atuando no movimento por conta própria. É o caso do funcionário público estadual Melzaque Caetano, que é também membro do ComSocial.

– Minha decisão de participar é tentar fazer esforço pra mobilizar as pessoas sobre a importância de participar, se envolver com esse problema (relacionado às reformas trabalhistas e previdenciárias), não só receber informações pela TV. Além de se envolver mais nas discussões sobre o assunto – cita.

Na noite desta terça-feira, dia 25, Melzaque e outros militantes aproveitaram para distribuir panfletos de divulgação da Greve Geral na entrada da Associação Educacional Dom Bosco (AEDB). Nesta quarta-feira, dia 26, o grupo prosseguiu panfletando em outros locais, entre eles a Universidade Estácio de Sá.

Esta é a segundo mobilização este ano contra as reformas de previdência e trabalhista. Em março, professores e funcionários dos Correios estiveram presentes durante a manifestação que começou no Campos Elíseos e terminou em frente a agência dos Correios, na Praça da Concórdia, no Centro.

Os militantes são contrários a reforma da previdência, uma vez que ela estabelece a idade mínima de 65 anos para homens e 62 para as mulheres em relação a aposentadoria, a contribuição mínima de 25 anos para aposentar, desvinculamento de pensões e benefícios do salário-mínimo e a mesma obrigatoriedade do cumprimento da contribuição para os trabalhadores rurais se aposentarem com a mesma idade, entre outras condições.

Já a reforma trabalhista, segundo os militantes, abre caminho para uma maior precarização das relações de trabalho, e o aprofundamento da terceirização (já aprovada no congresso) e suas consequências para o trabalhador, que passa a receber menos e a trabalhar mais.

A concentração da Greve Geral em Resende acontece às 10 horas, em frente ao Mercado Popular, no Centro.

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One thought on “Resende se prepara para Greve Geral

  1. Caro eleitor, infelizmente esta mobilização não irá refletir na vontade dos parlamentares que já estão predispostos a votar contra os interesses da sociedade como um todo. A reforma trabalhista já deram o ponta pé inicial e aprovaram em 1º turno. Penso, que o ano que vem como tem eleições gerais, poderia se fazer uma mobilização geral para ninguém votar nestes “calhordas” destes políticos. De toda forma, vamos aguardar a repercussão deste movimento, mas não creio que surtirá o efeito desejado. ACORDA BRASIL!!!!!

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