Choveu em Resende: ruas alagadas!

15934391_1167502426702800_1475954331_nMoradores já acumulam prejuízo com as chuvas de verão em Resende. Somado ao descaso do poder público que deixou a cidade com bueiros entupidos, obras inacabadas ou mal-feitas e ainda o lixo jogado nas ruas, qualquer 15 minutos de chuva mais forte como a que caiu na tarde de sexta-feira, dia 13, é o suficiente para alagar ruas, parar o trânsito e levar risco a pedestres, ciclistas e motoristas.

No bairro Morada da Barra (foto), moradores dos blocos 1 e 2 da Rua 15 ainda amargam os prejuízos da chuva de novembro e cada dia com mais chuva ficam ilhados na escada do prédio aguardando defesa civil e uma providência que de fato solucione o problema. Para o tecnólogo de logística em desastres, Douglas Sant’anna, esses moradores correm diversos riscos entre eles, o de uma pane elétrica e choques já que parte da fiação dos dois blocos é subterrânea e as caixas estão alagadas.

Santa’anna chama atenção para a lentidão e a repetição do problema. “Se já sabem que vai alagar, o que a prefeitura está fazendo a respeito? Quais as medidas para atender aquelas pessoas que já têm condições de vulnerabilidade? É preciso tomar medidas imediatas. Ali perto tem um posto de saúde que pode ser usado para abrigar essas três famílias que estão sofrendo nesse andar térreo. Precisam de acompanhamento médico e alimentos.

— Há o risco da contaminação por causa do contato com a água e aqueles prédios precisam de uma revisão urgente, porque percebemos rachaduras e provavelmente há infiltração de água na base dos prédios. O local é um completo desnível e as manilhas têm diâmetro absurdamente pequenos, quando chove muito com certeza não dará vazão e mesmo que escoasse a água é jogada para a lagoa que tem ali, ou seja, se a lagoa da cheia a água retorna, conta Sant’anna que visitou as famílias atingidas.

Os blocos foram entregues em 2014 e desde então sempre que chove muito passam por inundações, apesar das reclamações o poder público ainda não acionou a empreiteira para revisão da obra de terraplenagem e da drenagem de águas pluviais, pois todos os contratos públicos têm cinco anos de garantia. O tecnólogo Douglas Sant’anna orientou os moradores a juntarem toda a documentação para entrar com recurso na Prefeitura, Caixa Econômica e Ministério Público para tentarem garantir o reparo do local e ressarcimento dos prejuízos.

— Para ter ideia a Caixa só entregou para eles parte do contrato que fala das obrigações. Não fala dos direitos, mas no manual tem a referência à garantia do serviço feito ali, complementa.

Plano de contingência

motorista alagamentoNa chuva da tarde de sexta-feira, dia 13, Resende apresentou alagamentos em vários pontos da cidade representando perigo para a população, seja pela possibilidade de deslizamentos, mas também nas ruas com buracos que viraram armadilhas para os motoristas, ciclistas e pedestres. Na entrada da cidade, na rua João Cabral Flexa, no bairro Paraíso, muitos carros sem condições de atravessar o lago que se forma a cada chuva, aguardam a redução do volume da água e com isso o trânsito apresenta congestionamento. Em frente ao Posto de Saúde do Manejo, formar um lago também acontece em qualquer chuva um pouco mais forte, criando dificuldades também aos motoristas que passam pelo local. O bairro Lavapés na altura da descida dos morros do Querosene e do Batista também alagou (foto). No Manejo várias ruas viraram um rio chegando a entrar nas garagens das casas. E no bairro Campos Elíseos também foram registrados alagamentos nos minutos de chuva que caíram sobre o município que apesar de ter um plano de contingência de inundações, não tem divulgação ou qualquer medida para colocar ações preventivas ou de emergências em prática.

— Um plano de contingência existe para ser executado e não apenas para cumprir protocolo porque é uma exigência legal. Não adianta apenas divulgar telefones e fazer um ou outro simulado. Do que adianta isso se na hora da chuva e do perigo às pessoas, na prática, não existe nada de concreto? Se na hora não tem resposta nem atendimento às pessoas? – questiona Sant’anna que tem larga experiencia em situações de desastre e inundações com reconhecimento em várias cidades do país. Apesar de morar em Resende e ter este conhecimento que tem tentado divulgar em palestras, Sant’anna, por sua atuação no desastre provocado pela Samarco em Mariana, foi convidado pelo prefeito daquele município mineiro a colaborar no plano de logística da cidade.
O BEIRA-RIO entrou em contato com a prefeitura de Resende para saber sobre as medidas preventivas que o novo governo pretende adotar para evitar os alagamentos na cidade, assim como o acesso ao Plano de Contin14615703_10209798213045582_3927447629808256261_ogência do município, mas até o fechamento desta matéria não obteve retorno.

ATUALIZAÇÃO: Em nota no sábado, dia 14, a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Resende responder: “Em relação às equipes da Defesa Civil, informamos que há homens de plantão para atender a eventuais incidentes. Esclarecemos ainda que os recentes temporais formaram alagamentos pontuais, sem maiores prejuízos ao fluxo da população. Ressaltamos que as obras de drenagem das águas da chuva no bairro Alvorada, paralisadas desde o ano passado, foram retomadas nesta sexta-feira”.

Fotos: Solange Farias e Redes Sociais

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