Sempre afirmo que os pais estão perdendo a mão

Sempre afirmo que os pais estão perdendo a mão na hora de educar os filhos. Basta observar por um instante como as crianças se comportam em espaços públicos. Elas ainda não sabem como agir corretamente e uma das funções dos pais, dos responsáveis, é ensinar. Afinal, vivemos em sociedade e normas de boa convivência foram feitas para serem cumpridas e respeitadas.

Crianças em um restaurante correm de um lado para o outro, gritam, falam alto, aborrecem a rodo, atrapalham os garçons, incomodam as pessoas ao redor, estragam palitos, sal, o que tiver na frente e tudo isso com a conivência ampla, total e irrestrita dos pais. Esses, por sua vez, parecem não se perturbar e devem acham muito normal que os filhos ajam daquela forma. Dia desses entramos em um restaurante em Maringá, na parte mineira. Em uma mesa, quatro crianças competiam para ver quem conseguia fazer mais barulho esfregando o garfo no prato enquanto os pais consultavam o cardápio com uma calma irritante. Saímos horrorizados. Eu, particularmente, com o barulho que me arrepiava os pelos do corpo todo! E o restaurante arcou com esse prejuízo por causa dos clientes inadequados.

Em um shopping podemos presenciar as mais grotescas cenas de birras e pirraças protagonizadas por pequenos déspotas mimados. Os pais esnobam e não tomam qualquer providência, para irritação dos demais transeuntes. Quem vai ao shopping, vai para passear ou fazer compras e não se aborrecer com filho dos outros, por mais fofos e fofos que sejam os pequenos

Quem já teve a oportunidade de visitar outros países, principalmente os europeus, e observar crianças, bem como outras formas de criação, sabe que esse tipo de comportamento desleixado e esculhambado é um típico exemplo da pedagogia tupiniquim que nos assola. Não vemos isso lá fora, as crianças sabem se comportar em todos os lugares; frequentam museus, fazem programas culturais como se fossem pequenos adultos, para o deleite de quem os presencia.

Pais educados, filhos educados. O contrário é verdadeiro também. Nenhuma criança se educa bem com maus exemplos. E uma pessoa educada é sempre bem recebida, benquista, estimada, admirada e prezada em qualquer lugar que vá.

E assim, de forma incompetente e omissa da responsabilidade de bem orientar e formar, vai-se formando uma bola de neve onde o mal-educado educa mal e o novo mal-educado reproduz essa performance triste, deprimente, que nos marca tão negativamente mundo afora.

Ângela Alhanati
contato@angelaalhanati.com.br
Livre pensadora exercendo seu direito à reflexão

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