Acabou se transformando em tudo aquilo que sempre criticou? O fazer da velha e rasa política. Estou errada? Quem sabe?
Soube que em reunião na noite do dia 5, o deputado anunciou que deverá deixar o terceiro partido que ingressou em sua curta vida política e que não sairá candidato a prefeito de Resende. Na verdade, essa desistência não é surpresa para mim. Várias pessoas próximas ouviram isso de mim nos últimos meses. E por que eu falava sobre isso? Porque política não é para amadores e muito menos para quem se considera o único a ter valor. Julianelli me decepcionou quando disse que não caminharia com o PT, pois antes havia confirmado a aliança, enquanto o governo federal estava com Dilma Rousseff. Falou isso quando ainda estava no PSol e depois na Rede, mas com os ventos golpistas, quando o JBR publicou uma das conversas que eu ouvi, o deputado mandou uma carta dizendo que nada estava fechado com o PT. A partir daí entendi que infelizmente Julianelli começou a rezar na mesma e velha cartilha das raposas políticas, mas ainda assim mantive o respeito por sua intenção em colaborar para Resende.
Paralela as conversas com o PT, o deputado manteve e depois priorizou contato com outros partidos, que considero salutar para a vida política. O que considero ruim foi uma característica do deputado que resultou nessa sua intenção de desistir de ser candidato: não ouvir as pessoas próximas. Talvez a desistência, se confirmada, seja até melhor para Resende mesmo. Porque muito candidatos favorecerão o candidato de Rechuan e talvez até Julianelli tenha tomado a melhor decisão. Pode até sair com vantagem, porque apoiará Noel de Carvalho, talvez consiga compor com o futuro governo e garanta aí sua imagem política.
Quem lê então deve estar se perguntando: qual o papelão de Gláucio Julianelli? Eu digo.
O deputado deixou o cavalo passar. Fez questão de fechar os olhos quando o bichinho parou pra ele. Talvez por vaidade, talvez por amadorismo mesmo, talvez por falta de prioridade. O fato é que o deputado tinha tudo para ser o protagonista desta eleição de 2018 e abriu mão, em parte, por uma teimosia pessoal. Não é novidade pra ninguém que o deputado teve e talvez ainda tenha dificuldades para manter sua equipe coesa e pró-ativa. Fez escolhas na equipe de pessoas que possivelmente lhe renderiam votos, – péssima avaliação – filhos dos amigos etc. Três saídas traumáticas da equipe, saída traumática também do PSOL. Enfim, ficou conhecido como político que tem dificuldade para agregar. Gosto pessoalmente de Julianelli e não foram poucas as vezes que conversei com ele expondo o que pensava, por isso não há novidades nestas linhas, não para ele.
Sua dificuldade em ouvir e confiar nas pessoas ou achar que ele é o único certo traz esse resultado de possível desistência. Falo possível, porque sabe como é né gente… tudo muda em política da noite pro dia, em especial política eleitoral. Penso que poderia ter sido diferente. Julianelli perdeu a oportunidade de ser o protagonista da história. Vamos ao campo da hipótese. Julianelli poderia ter mantido sua palavra com o PT e agregado outros partidos, se não tivesse titubeado la atrás e formado um bloco com partidos golpistas ou com flagrantes vínculos com o executivo municipal.
O deputado chegou a falar mais de uma vez que não acreditava em pesquisas. Há um ano, tentei com que ele que fizesse uma pesquisa qualitativa e depois outras quantis para tentar manter um diagnóstico do município. Nada! Ele não acredita. Recentemente numa reunião do tal blocão e que estive presente falei novamente sobre pesquisas e lá outra vez, o deputado afirmou que não acreditava em pesquisas. Ficou sem graça porque PDT e PSDB afirmaram que acreditavam e já tinham até encomendado. Mais uma vez o amadorismo.
Penso que o deputado também ficou vaidoso com sua atuação parlamentar, sua proximidade com o poder a la Picciani, presidente da Alerj, que inclusive foi merecedor de elogios por parte de deputado porque deu um cheque da Alerj para aquele elefante branco do Hospital Regional que deveria ser alvo é de uma CPI por já ter levado quase 100 milhões de reais e não ter qualquer perspectiva de funcionamento, e não de elogios, mas este é outro assunto.
Como disse não lamento a desistência, porque talvez seja melhor para Resende, já que o deputado não conseguiu formar quadros no município, não tinha agenda na cidade e sempre se mostrou completamente desconfiado com exceção de dois ou três amigos pessoais e que ouvi dele, algumas vezes, que seriam excelentes secretários municipais. Talvez depois desse período, o deputado aprenda a ouvir mais, a se desarmar mais e a priorizar mais a cidade que confiou nele. Não é novidade que boa parte dos seus eleitores votou nele como deputado porque se diferenciou de forma ímpar como vereador e porque ele sempre afirmava quer viria candidato a prefeito. Pois bem… fico pensando agora nos candidatos a vereadores da Rede que ficaram órfãos e que foram praticamente isolados de formação na proporcional por ideias equivocadas que cresceram no meio sem qualquer contraditório.
Quem ri hoje é Rechuan. Deve estar batendo a cabeça por ter sido burro de acreditar em alguns momentos que Julianelli era o único que poderia lhe tirar o sono. Não podemos ser ingênuos e acreditar que Noel de Carvalho é todo oposição e que PDT se manterá de fato fora do governo Rechuan. Diogo Balieiro vai repetir o governo Rechuan tanto que os CCs estão divididos (e tem consenso), o PT em sua crise interna não decidiu ainda o nome do candidato a prefeito, ou seja, como não ficarei na especulação, vou ouvir alguns desses nomes… vamos ver o que nos aguarda. E compartilharei aqui com vocês.
Ana Lúcia
editora do jornal BEIRA-RIO
analucia@jornalbeirario.com.br
Ótima decisão. Mostrou sapiência. Ele conhece bem o quadro político atual de Resende, sabe que não tem equipe boa aqui. Até a nova geração está vendida, se tornaram segmento político das suas famílias.
– Formar equipe ?
– Só depois do dilúvio.
Quando se lê uma nota igual a está tem se claramente que quem escreve não é uma jornalista.
A senhora milita por qual partido político? Tenho certeza que no mínimo deva ser adversária do referido deputado.
Suas reportagens não tem isenção, parece coisa de opositor.
Engana-se caro leitor. Sou jornalista e tenho opinião. Talvez sua profissão não saiba que um artigo é um gênero opinativo dentro do jornalismo. Não é uma reportagem. Milito, já que lhe interessa, para o partido que cito dentro do artigo, o Partido dos Trabalhadores (PT) há 20 anos. O partido não é adversário, porque a Rede, partido do deputado, ainda não tem identidade, ora se posiciona de uma maneira, ora de outra. Aliás, o deputado também assim vem se posicionando. Os opositores não declaram o que pensam, caro leitor.
Att,
Ana Lúcia
editora do jornal BEIRA-RIO
Estou admirado com esses candidatos a vereadores e prefeitos. Alguns chegam a ser ridículos! O povo ainda cai nesse papo de ” Eu amo essa cidade!” ou uma cena de dançar forró, empinar pipa, dancinhas ridículas, bando de cargos comissionados puxando o saco desses candidatos! O senhor Mário Rodrigues vem com a patota de cargos comissionados desse governo atual mais os futuros que o irão apoiar. O senhor Noel vem com apoio dos mesmos que sempre usufruíram das regalias políticas dessa cidade. Diogo falta experiência e pulso firme. Gostaria muito Ana Lúcia que vc ganhasse como prefeita para moralizar essa cidade. E gostaria de ver em Resende um salário de vereador no máximo em R$ 1.500 e assim teríamos um número reduzido para em quem votar. Não vejo um candidato desse a vereador dizer que é a favor de redução de salários dos vereadores.