O Sindicato dos Empregados em Entidades Culturais, Recreativas, de Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional do Estado do Rio de Janeiro (Senalba-RJ), responsável pelos servidores da Cruz Vermelha de Volta Redonda, declarou ao jornal BEIRA-RIO, por telefone, na tarde desta terça-feira, dia 7, que ainda não sabia que os funcionários da entidade que prestaram serviço à Prefeitura de Resende estavam com problemas para receber sua rescisão. Eles informaram que nestes casos fazem uma “homologação com ressalvas” e posteriormente acionam a Justiça e que devem fazer o procedimento a partir da próxima semana, mas ainda sem data certa. Os funcionários cumpriram o aviso, mas ainda não receberam e sequer sabe quando receberão suas carteiras de trabalho de volta.
– Nas rescisões anteriores Resende fez os pagamentos normalmente, só tivemos problemas com os funcionários de Volta Redonda. Ontem pedi informações sobre esse caso para o RH, porque são quase 300 pessoas, e devemos fazer as homologações na próxima semana. Como são muitas pessoas deve demorar uns três ou quatro dias. Não sabíamos que eles estavam com problemas, mas nestes casos o sindicato faz as homologações com ressalvas. Fazer homologação sem pagamento de rescisão é impensável, mas estamos adotando esse procedimento desde o ano passado por estarmos em um momento de crise – comentou uma das representantes do setor administrativo do Senalba-RJ, Raquel Rodrigues, por telefone.
Os contratos entre a Prefeitura de Resende e a Cruz Vermelha não puderam ser renovados porque foram considerados irregulares pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) e pelo Ministério Público Estadual (MPE). Após os funcionários assinarem o aviso prévio, eles foram informados que não havia dinheiro para pagar seus salários do último mês de trabalho e sua rescisão. Eles receberam o salário referente a abril no dia 20 de maio e depois disso não receberam novas informações.
– Não pagaram nada, nem o que era referente ao pagamento de maio. Cumprimos o aviso e estamos esperando em casa. O pagamento de abril recebemos no dia 20 de maio e agora nem o de maio, o resto da rescisão, folhas. O pior é que ninguém dá nenhuma explicação, ninguém fala nada. A Cruz Vermelha diz que a prefeitura não deu o dinheiro para eles fazerem o repasse. Nossos pagamentos já vinham atrasando desde junho do ano passado. A gente está retido, a carteira não está com a gente, estamos presos sem fazer nada, sem receber. Eu tenho marido para me ajudar, mas e quem só dependia desse dinheiro, que é a maioria – questionou Juscieli Diniz, que trabalhava como recepcionista.
Na internet, outros ex-funcionários da Cruz Vermelha relataram as dificuldades pelas quais estão passando.