QUEM PENSA? Perigo!

Antes de ler as próximas linhas, feche os olhos e imagine aquela sirene de emergência. Aquelas típicas de barragens e de usinas nucleares.

Ok?!

Então vamos lá. Este som que você imaginou e que indica um perigo e portanto necessidade de evacuar um local é bem apropriado para a situação gravíssima – anote esta palavra: gravíssima – pela qual estamos passando. A situação ainda não é de pânico total, mas é de um perigo irrefreável. Estou falando do mosquito Aedes aegypti. Essa coisa minúscula que conseguimos eliminar com um tapa. Mas o tapa pode chegar tarde demais. Pode chegar depois da picada deste inseto que se infectado pelo vírus da dengue, chikungunya ou zika começa a disseminar o horror. Sim, minha gente. É um horror essa insegurança sanitária e a falta de vacinas ou remédios que combatam esta praga.

Ao mesmo tempo, combater a proliferação do mosquito é possível e é até relativamente fácil. Precisamos ter em primeiro lugar que, em especial, neste período de chuva e calor temos que incorporar hábitos de prevenção. Assim como escovamos os dentes algumas vezes por dia temos que olhar nosso entorno e cuidar que nossa casa não tenha qualquer possibilidade de acúmulo de água. E se no vizinho tiver, converse com ele. Se a conversa não for possível, avise à fiscalização sanitária. Ligue para a Ouvidoria da Saúde (3354-5440). Chame a imprensa. Faça o que for possível, mas não se omita.

Precisamos fazer nossa parte porque se ficarmos esperando só pelas autoridades estaremos num labirinto. Essa semana vimos a notícia do lançamento do plano nacional de combate à microcefalia pela presidenta Dilma, exatamente por conta do zika vírus que agora virou o horror das grávidas que estão se entupindo de repelente (o excesso pode causar intoxicação a qualquer pessoa, quanto mais uma grávida e seu bebê. A recomendação é que só passe três vezes por dia e evitar passar antes de dormir), estão colocando telas nas casas, e até, ressurgindo o mosquiteiro – aquele cortinado ainda comum sobre os berços dos bebês – sem falar no custo com inseticidas em aerosol ou pastilhas.

Pensei que acompanhando o lançamento da campanha, os parlamentares e outras autoridades públicas se envolveriam nessa campanha, mas que nada. Os parlamentares em Brasília estão preocupados com seus próprios umbigos. Sob o manto do vampiro Eduardo Cunha (esse sim, a maior praga desse país), o Congresso virou uma bagunça. A Câmara então nem se fala. O presidente daquela casa, nitidamente desesperado, transformou o parlamento num octógono e instituiu o vale-tudo. Assisto as sessões legislativas pela TV Câmara quase todas as tardes e vou contar uma coisa. O homem parece o capeta. Quer competir com o divino, mas Deus é mais.

Em Resende e região, também não vemos ou pouco vemos os vereadores preocupados com a prevenção desse mosquito infernal e não consigo entender quais as razões que impedem o governo municipal de dar total prioridade a essa questão. O que será que o prefeito José Rechuan ainda quer deixar de marca de seu governo? O secretário de saúde tem se empenhado para mobilizar todos os servidores de sua pasta. Está usando a informação e a força do boca-a-boca nas unidades de saúde. Espero que o prefeito dessa cidade que ficou marcada no último verão como a cidade com maior índice de casos suspeitos de Dengue, assim como de óbitos do estado do Rio de Janeiro, atente para a gravidade de uma nova epidemia agora com mais um vírus circulando.

Tenho esperança! Sou movida à esperança.

Ana Lúcia
editora do jornal BEIRA-RIO
analucia@jornalbeirario.com.br

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