Pedreiro baleado por policiais morre em Resende

O pedreiro Luiz Augusto Conceição Ferraz, o Guto, de 42 anos, morreu na tarde do dia 18, no Hospital de Emergência de Resende, onde estava internado há seis dias. Diferente do que o hospital havia divulgado anteriormente, o estado dele era grave e ele estava no CTI desde que chegou ao hospital, na noite do dia 12. Na ocasião, ele havia sido baleado no abdômen pelo Policial Militar Alexandre Soares, na Praça dos Expedicionários, no bairro Paraíso. Testemunhas apontam que houve abuso por parte dos agentes. O caso foi registrado como resistência.

— Ele ficou no CTI do dia 12 ao dia 18 e passou por duas cirurgias. Ele morreu um pouco antes do horário de visitas, no domingo. Minha mãe chegou para visitá-lo e não entregaram a autorização para ela entrar. Ali nós já desconfiamos e meu irmão pegou o celular e viu duas chamadas não atendidas do hospital de minutos antes. Era para avisar que ele havia falecido – relembrou a irmã de Guto, a professora Mônica da Conceição Ferraz.

Segundo amigos e parentes, Guto sofria de dependência química e incomodava clientes e comerciantes de bares e restaurantes do bairro Paraíso, porque falava alto e às vezes pedia comida e bebida. No dia em que foi baleado, segundo o registro de ocorrência, ele estava pegando lanches de clientes de uma pizzaria e por isso a PM foi chamada e pediu que ele se retirasse do estabelecimento. Ele saiu, mas agrediu um dos policiais, Vagner Leal da Silva, que acompanhava Alexandre. Os dois agentes então foram atrás dele, que os teria ameaçado com uma pedra. Guto errou a primeira pedrada, mas antes de fazer a segunda tentativa foi baleado.

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