QUEM PENSA? Crise financeira?

Em meio a crise financeira que Resende mergulhou, em parte, pelas crises nacional e internacional, mas com destaque para incompetência administrativa do governo municipal do prefeito José Rechuan e de certa forma, pela morosidade da Justiça em definir o destino político-econômico, quer seja, no julgamento da cassação de Rechuan, quer seja pelo bom andamento dos processos de improbidade administrativa, a cidade amarga não apenas a sensação de abandono, mas de fato a paralisação de obras, o comprometimento de outras, inclusive pelo fantasma da corrupção, assim como a ameaça da falta de remédios e o agravamento dos problemas sociais, entre eles, a violência e o número crescente da população em situação de rua.

Muitos segmentos em Resende ganharam dinheiro nos últimos anos, ainda que isto não seja transparente nos índices econômicos; o setor da construção civil que o diga. Outros setores se destacaram por fatores que já podem ser observados como fenômeno no país inteiro, como por exemplo, o setor de serviços, aliás, destaque nos últimos índices da pesquisa Firjan, Resende foi exceção, comparada a outras cidades da região, na criação de pelo menos mais 100 empregos nos últimos três meses de 2015. Fenômeno porque há uma flagrante perda da participação da indústria, de um modo geral, e porque os empregos gerados na área de serviço são considerados de baixa produtividade. Logo, o crescimento não acontece ou acontece timidamente.
Ao olhar o panorama de Resende não é possível deixar de analisar por exemplo, a movimentação de consumo no município. Só a classe C1 movimenta a economia de Resende com cerca de meio bilhão, por ano. E no total do consumo familiar passamos dos R$ 2 bilhões. Pois é. Agora, diz, como um governo incompetente deixa circular mais de R$ 2 bilhões só em consumo na cidade e lembrando que em 2012 (mas tem gente com memória curta) o governo anunciava uma arrecadação superior a R$ 120 milhões de ICMS porque de 2009 a 2012 teriam aumentado tal arrecadação em 100% e como medida pede adiantamento de receita dos royalties até o final de 2016? Ora, a quem este governo quer enganar?
Também em 2012 (ano eleitoral) o governo do prefeito médico anunciava um estudo desenvolvido pela Secretaria de Indústria, Tecnologia e Serviços da Prefeitura de Resende que projeta a abertura de 20 mil novas vagas de emprego até 2018, ou seja, projetou, planejou e pelo jeito da pior maneira possível. Do contrário, como explicar, a crise instalada, menos de três anos depois? E não venha com essa conversa de crise nacional, porque quem acompanha os desdobramentos econômicos do município, sabe que este governo nunca trabalhou fomento e aumento de arrecadação próprios. Gerar receita própria me parece realmente uma falta de habilidade da maioria dos gestores municipais, mas a diferença de Resende está no foco: todas as ações foram baseadas (e ainda são) em projeções político-eleitorais e não de incremento da economia e criação de empregos. Os fatos estão aí para quem quiser se debruçar sobre índices, renúncias fiscais, irresponsabilidades, falta de compromisso público e quiçá outras ações que deixo para os órgãos federais e estaduais que já estão a investigar.

Ana Lúcia
editora do jornal BEIRA-RIO
analucia@jornalbeirario.com.br

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