QUEM PENSA? Valorizando aqueles que nos têm carinho e amizade!

Essa semana me peguei em alguns momentos pensando nos amigos, nos conhecidos e nas pessoas que por de alguma maneira lembram da gente e estão presentes em nossas vidas. E ando nos últimos dias muito emotiva. Valorizando mesmo os pequenos gestos, as palavras. Acredito seja uma maneira de renovar as esperanças no ser humano e nas suas atitudes. Afinal, vivemos tempos de barbárie, egoísmo e distanciamentos físicos e morais e como ter disposição todas as manhãs para fazer o que se acredita ser o correto sem esperança? Então, tenho refletido muito sobre a gentileza e as ações fraternas. Não aquelas ações que precisam ser mostradas para reconhecimento, mas aquelas que nos proporcionam nos perceber menos do que acreditamos ser.

Explico: geralmente temos os nossos problemas como os maiores, os mais sérios e até são mesmo, no momento em que se apresentam, mas ao pararmos para pensarmos nas soluções percebemos que estes diminuem significativamente pois acabamos observando outras situações semelhantes ao nosso redor e aí percebemos, quase sempre, que existem pessoas em pior situação. Por isso, valorizar a família, os amigos e os só conhecidos, mas que nos têm carinho, respeito, admiração sem dúvida é mais que um bálsamo. É, na verdade, a solução ou parte dela, para nossos problemas.

Certo dia, estava eu na correria da manhã em minha cozinha quando toca o celular. Do outro lado, o empresário Joel Pereira diz que não quer incomodar e que ligou apenas para me informar que na avenida Nova Resende, em frente ao edifício Beira Rio tem um pé de cajá-manga e que pensou que eu gostaria de saber. Não apenas gostei de saber, mas fiquei emocionada. Muito mesmo. Ser lembrada por um gosto particular de uma fruta, que ele soube por amigos e em outra ocasião até me presenteou com algumas frutas. São esses gestos que nos movem e nos alegram o coração.

Na mesma linha, a amiga Lurdinha Julianelli me trouxe este ano, uma caixa de lichias, que também adoro, porque abusada perguntei se este ano no sítio dela, o pé não frutificou. Ela compra as frutas, porque os frutos de sua árvore tiveram uma praga este ano. O mimo ainda chega com o recado que desejo de amiga tem que ser logo realizado. É ou não para esboçarmos sorrisos ao lembrar disso?

O advogado do BEIRA-RIO, dr Henrique Sorte, cuja ligação que tenho, costumo dizer, é mais espiritual do que jurídica tinha uma casa com muita árvores frutíferas na Serrinha do Alambari e igualmente veio a minha memória esta semana, assim como os sacos de lima-da-pérsia (tudo de bom e que me remete à infância) que costumava trazer pra mim, num gesto de carinho e amizade. Pena que se desfez da casa e claro, fiquei sem os frutos da limeira. Como deixar de reconhecer que tenho mais motivos a agradecer do que reclamar das dificuldades que precisam surgir, até para valorizarmos as pessoas, as frutas, a memória, o carinho.

Dia desses, em meu programa de rádio (Rádio Resende de 8h às 9h30 – aproveitando para divulgar) falei que se alguém conhecesse casca de “pau de andrade” (árvores também conhecida como abacateiro do mato) que por favor me avisasse, pois precisava para fazer um remédio caseiro. Meia hora depois, seu Milton, Carroceiro, da Baixada Olaria chegava com uma garrafa da infusão da casca, exatamente o que eu precisava. Como não se emocionar com um gesto desse? Como não reconhecer que existem pessoas que querem de você apenas um sorriso, um abraço, uma palavra amiga, um obrigada.

A psicóloga Gilda Molica e seu marido Expedido têm mãos de ouro para horta e quando florescem os pés de couve, salsa e outra delícias de sua terra chegam até minha casa aquele verde especial, aroma de natureza e claro, junto, a lembrança de que nem toda tecnologia e modernidade podem tirar quem aprendeu a cultivar as relações de boa vizinhança e de solidariedade. É isso que vale a pena. O BEIRA-RIO tem um admirador (tem muitos na verdade, mas este bem representa o conjunto) chamado Heraldo Ferreira, tem o apelido de Guerreiro, e que todo café do jornal (todo último domingo do mês) traz uma delícia para a equipe. E ele nem sabe, que o que gostamos mesmo é de ouvi-lo. Assim como dona Carlota e seu marido Iacobelli que nem sempre podem estar presentes, mas quando aparecem, nos brindam com um mimo produzido por eles, seja um licor ou uma geléia.

Nossa… claro que não conseguirei citar todos neste espaço, mas esta semana tenho feito um exercício de recordação de cada doce, cheirosa, frutífera amizade que tenho recebido nessa vida. E agradecido pela memória que me traz sorriso e afago. Afinal, como diz o poeta:

“Essa lembrança que nos vem às vezes…
folha súbita
que tomba
abrindo na memória a flor silenciosa
de mil e uma pétalas concêntricas…
Essa lembrança…mas de onde? de quem?
Essa lembrança talvez nem seja nossa,
mas de alguém que, pensando em nós, só possa
mandar um eco do seu pensamento
nessa mensagem pelos céus perdida…
Ai! Tão perdida
que nem se possa saber mais de quem!”

Não importa de quem, o que importa é que existe!

Ana Lúcia
editora do jornal BEIRA-RIO
analucia@jornalbeirario.com.br

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