QUEM PENSA? Resende 2016!

Resende começa a definir um quadro de articulações políticas para 2016 e mal começou o ano novo, já assistimos uma intervenção no PSB que agora tem como presidente um vereador de Pinheiral até que exista “consenso” dentro do partido, como disse um filiado. A intervenção no PSB mostra o racha claro existente entre aqueles que apóiam o prefeito cassado José Rechuan e aqueles que tentam, de alguma maneira, recuperar o partido na sua tradições histórica de militância da esquerda. Desde a morte de Eduardo Campos e o interesse eleitoral nacional que o PSB não é mais o mesmo. Esse reflexo se dá aqui também. E no sentido resendense da coisa, os interesses do prefeito prevaleceram. O ex-presidente conhecido como PC e que não renunciou, foi simplesmente colocado de lado, nos últimos meses, começou a ser uma pedra no sapato do antigo aliado. Há mais de um ano o governo ensaia deixar o PSB mais refém do que já era. Agora conseguiu.

Por outro lado, o governo joga suas últimas fichas na deputada suplente Ana Paula Rechuan (PMDB) que sem qualquer expressão política, representa apenas a continuidade do projeto de poder do marido e quem sem dúvida será apenas um número de voto na Alerj a favor dos projetos do Executivo. Imagina se ela se atrever a votar contrário aos interesses do governador. Será sempre suplente e não adianta os discursos de 39 mil votos, sim uma votação considerável, mas não foi eleita. Simples assim, por isso ficará sempre com pires na mão. Deputada suplente vai ter que rezar na cartilha do governador para permanecer na vaga. Fontes do Palácio das Laranjeiras garantem que Pezão já fez a parte dele e daqui pra frente é cada um por si.

Vamos ver como a deputada suplente trabalhará, já que durante a campanha não falava em plataformas ou bandeiras. Sua campanha rosinha e sua fotos atrás do marido demonstram um posicionamento meramente decorativo. Talvez ela surpreenda e o futuro apenas tenha começado para ela, mas até lá… duvide-o-dó.

Já o deputado, agora empossado, Glaucio Julianelli ainda é o único nome a fazer oposição em 2016 aos projetos de sucessão de Rechuan. Mas Julianelli ainda que tenha falado em trabalhar nas áreas do Meio Ambiente, Saúde e Educação e faltando alguns dias para começar a trabalhar ainda não apresentou as principais propostas de engajamento legislativo. Seu partido, o PSOL, ainda trava uma batalha ética para saber se apóia ou não Picciani para a Mesa Diretora da Alerj. E penso que Julianelli também trava uma batalha para trabalhar com as características coletivas que um mandato estadual exige. Julianelli na minha opinião, se conseguir superar essa primeira fase, que exige dele agregar e compor alianças terá chances concretas em 2016.

O PT continua coadjuvante, apesar de estar se oxigenando e parte da militância com propósitos individualistas ter se afastado, ainda terá muitos desafios à frente: um deles será assumir de fato uma oposição participando mais dos acontecimentos políticos da cidade. Definir e apresentar à sociedade quais as propostas e ações de um projeto mais concreto e de acordo com a realidade do município. O partido na cidade de Resende ainda carece de postura. Postura de partido que tem a liderança nacional. E carece de quadro: gente realmente que saia do blablá e comece agir para 2016 assumir um papel político que protagonize as principais demandas municipais.

O PDT, um partido tradicional e histórico em Resende continua à sombra do prefeito Rechuan e não falo isso porque é vice do governo. Afirmo porque não vemos o partido se posicionando sobre as principais questões, ainda que tenha lideranças como o vereador Pedra. Se o PSB é refém, o PDT foi completamente anulado.

Os azarões que correm por fora ou que jogam balões de ensaio estarão mais presentes em 2015 e já estão servindo de laboratório para o marketing eleitoral que tem alcançado vitórias municipais nos últimos anos por aqui. É bom que os candidatos estejam atentos e preparados para essa disputa que já começou muito antes de campanha. Política não para amadores.

rrr

Triste
A barbárie do assassinato coletivo no semanário Charlie Hebdo em Paris onde 12 pessoas foram assassinadas nos traz mais do que uma reflexão sobre a intolerância e o respeito ao direito da liberdade de expressão e de imprensa. Mesmo o jornal ter como principal características as charges polêmicas e muitas criticadas pelo humor ácido envolvendo questões religiosas é inaceitável ações extremistas como este massacre ocorrido na redação do jornal francês.

Em 2006, o então diretor Philippe Val, por ocasião da polêmica com as charges do profeta Muhammad disse: “O exercício da liberdade de imprensa não pode ser considerado como uma provocação. Não se pode renunciar a esse direito só porque alguns são incapazes de suportá-lo”.

É isso. Penso que até pode ser uma provocação, no sentido de desafiar um pensamento linear ou acomodado. Há quem considere este tipo de humor politicamente incorreto e talvez seja mesmo, e daí?

Ana Lúcia
editora do jornal BEIRA-RIO
analucia@jornalbeirario.com.br

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