E como tem. Tanto que atualmente o Brasil discute e deve aprovar na próxima semana, o Marco Civil da Internet. Um assunto que vem sendo discutido desde 2009 e tem por objetivo responsabilizar os provedores de acesso e assim dar mais garantias aos usuários. Regular o uso da Internet é uma questão de responsabilidade civil sem falar na questão de armazenamento de dados que as empresas poderosas tentam de todas as formas dificultar o acesso do país onde exploram seus serviços.
Este artigo não se propõe a versar sobre o Marco Civil da Internet, tão necessário, mas sim sobre a força das redes sociais que têm agendado a mídia convencional, assim como ampliou o interesse das pessoas pelos assuntos de sua cidade, região, país, mundo e, ao mesmo tempo, integra essas pessoas que passam a ser também produtoras das informações que circulam e são debatidas. Ao analisarmos um dia de comunicação virtual nos percebemos mais integrados à política e ao fazer política. Política no seu sentido mais substancial e claro, de uma forma tão democrática que assusta em alguns momentos. Assusta, mas também começa a mudar o cenário de responsabilidades, assim como se torna um canal de controle social fundamental para o desenvolvimento de qualquer espaço que se pretende plural.
Em Resende, por exemplo, lembro quando surgiu um grupo tímido no Facebook, o Ação Resende, questionando a princípio as práticas nacionais e vez por outra as mazelas regionais. O grupo cresceu e outros surgiram com papéis semelhantes e hoje o município formou suas ágoras virtuais que passaram a agendar não só a mídia, mas as proposições das políticas públicas. E viva a Internet! Viva o movimento que expõe e cria a possibilidade de esclarecimento sem os tradicionais intermediários midiáticos que sempre se pautaram por seus interesses econômicos. É bom lembrar, que a Internet como forma de produção e difusão das informações com suas características muito peculiares, tem cumprido seu papel de inclusão e democratização, mas a ela não pode ser atribuído o papel de discernimento e aprofundamento dos debates políticos, isto cabe a cada um de nós, segundo nossos interesses, é claro.
Gostaria de ratificar aqui o quanto acredito neste meio e sobretudo, na força das redes sociais. Não à toa, o prefeito de Resende, José Rechuan, segundo relatam os mais próximos anda irritado e grosseiro, principalmente depois que toma conhecimento dos comentários e informações que são postados nas redes sociais, onde cresce a cada dia um debate sobre os rumos desta cidade. Hoje, o cidadão já percebe que não pode delegar ao prefeito ou aos vereadores as decisões sobre o que é melhor para sua cidade. O cidadão paga ao prefeito e aos vereadores para legislar e administrar, mas as decisões devem ser partilhadas com toda a população e é exatamente isso, que o prefeito não consegue absorver, por isso fica irritado como se as questões fosse pessoais. Não são, Rechuan. Não são mesmo!
O que está em jogo é sua competência como administrador e não sua habilidade de transmitir simpatia. O que interessa é sua performance como gestor, gerente, agente público e não seu desempenho pessoal no processo de convencimento. A cidade não é um concurso que busca o mais simpático, o melhor sorriso ou o que discursa mais bonito, mas é um espaço que precisa de um agente competente sem ser insensível às necessidades da população, principalmente da mais necessitada e também daquele que não prioriza suas ações pela medida externa de interesses divergentes às questões públicas. Qualquer cidade precisa de um prefeito sério e que não transforme as ruas numa armadilha ou as praças em aparatos circenses ou ainda, as obras num cenário eleitoreiro e de desperdício de dinheiro público.
Estas questões associadas ao imediatismo das informações geradas pelas redes sociais promovem um inferno virtual na vida de qualquer administrador e em Resende não é diferente. Por isso, o prefeito anda precisando de suco de maracujá. Agora, é necessário lembrar que tudo isso era evitável. Rechuan teve sua chance e teve uma segunda chance. O que ele esperava? Por que ele não se pergunta, o que população espera dele num segundo mandato? Aposto que não é uma passarela-enfeite inútil, que não é gastar quase R$ 4 milhões numa calçada, que não é pagar quase um milhão por um tomógrafo-fantasma; aposto que não é começar uma série de obras e interromper; aposto que não é deixar o usuário de ônibus a mercê da empresa que agora quer cobrar R$ 3,05 pela tarifa; aposto que a população não quer ver sua cidade mergulhada nesses escândalos de obras e suspeitas de corrupção no governo; aposto que não.
Então, o que Rechuan esperava? E agora, fica irritado? Soca a mesa? Protagoniza brigas e berros no corredor do Hospital de Emergência com seus colaboradores, como relatam funcionários assustados? Aaaa prefeito, tira os óculos escuros, toma o suco e desce do salto e vai observar de fato a besteira que fez naquele trânsito do Paraíso, como vivem as famílias do “buraco” do Surubi, o caos do trânsito na cidade, a falta de saneamento de vários bairros de periferia, o prejuízo dos moradores do Jardim do Sol, as condições precárias das escolas, apesar da fortuna gasta e reformas fajutas promovidas pelo seu governo. Vai olhar a agressão ao meio ambiente que seu governo tem promovido nos últimos anos. Desce do salto prefeito e vai olhar o abandono da Praça Oliveira Botelho, vai ver a violência às portas das escolas, tenta enxergar o crescente número de jovens envolvidos – e mortos – por conta das drogas. Prefeito Rechuan esquece um pouco o seu umbigo e sua possível carreira política e olha como o Hospital de Emergência tem apresentado erros, verifique a satisfação dos servidores. Prefeito Rechuan dá uma banana para os “acertos” eleitorais de acomodar aqui e ali um monte de gente que só está mamando na teta e prefeito, cumpre a lei da transparência colocando os dados atualizados no site da prefeitura.
Prefeito Rechuan o controle social é inevitável. As redes sociais, cada vez mais vão mostrar sua performance política e o senhor poderá ficar conhecido, como hoje já expõem essas mesmas redes sociais, como Ruinchuan, Ratochuan, Reichuan, a criatividade, ainda que às vezes abusiva e a liberdade de expressão são marcas contundentes nesse meio -, ou ficar conhecido como o prefeito José Rechuan, que colaborou no que foi possível para o desenvolvimento do município. Talvez o senhor fique ainda mais irritado com o que vou dizer agora, mas vou dizer: ao se comparar com outros administradores talvez o senhor se considere superior, talvez acredite mesmo que supera as expectativas, que faz muito e que os assuntos que geram as críticas, todos fundamentados, são pequenas ilhas de lama, em meio ao mar de sua “grande administração”, aí sou obrigada a lembrá-lo da parábola das garças do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Ayres Britto… Boa sorte! #prontofalei
Ana Lúcia
editora do jornal BEIRA-RIO
analucia@jornalbeirario.com.br


O Sr Rechuan infelizmente perdeu o controle da sua administração, devido a todos esses comprometimentos eleitoreiros. Até quando vamos ter que aguentar um arquiteto responsável pelo trânsito de Resende, um Secretário de Obras que é comprometido com um certo empresário do asfalto até o pescoço. Ano que vem é ano de eleição e as obras eleitoreiras vão aparecer para enganar o povo. Tomara que os resendenses não se deixem iludir.