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Quando os ilustres se vão – memória
Um mês após o sepultamento do meu irmão, Salvador Rodrigues Ritter é que consigo organizar algumas ideias sobre o que aconteceu.
Certa vez escrevi sobre Resende: aqui a gente vive, seja por berço ou adoção. Salvador adotou Resende, Resende adotou Salvador, então ele era filho. Dependendo da nossa concepção do que é ser ilustre, Resende perdeu um filho ilustre. A família Ritter perdeu o seu melhor, o mais amado e querido. Os amigos perderam um parceiro e tanto. A prótese dentária perdeu um profissional de excelência.
Salvador, no campo dos relacionamentos, fazia parecer simples e fácil o que para alguns é difícil e para muitos, quase impossível. Como protético era conhecido e chamado de Salvador. Como jogador – e que cabeça-de-área! – era chamado de Jesus. Para a família e alguns mais chegados, Badô, Badozinho, Badorico, Badorix, Dodozinho e Bá. O seu círculo de amigos em diversas áreas mostra bem a extensão do seu raio de influências. O cara ainda era charmoso.
Pessoas são sementes que Deus lança aqui na terra. Toda boa semente lançada em boa terra dá boa árvore, que dá bons frutos. Salvador era uma dessas sementes. Nossa família é uma boa terra.
Saindo agora do campo das perdas e entrando no campo da gratidão, temos que ser gratos a Deus pelo tempo que Ele permitiu termos Badô por perto; agora… é muito pessoal o que e como cada um vai aplicar na sua vida o que aprendeu com ele.
O apóstolo Paulo escreveu com ousadia: “sede meus imitadores, como também eu o sou de Cristo” (1 Coríntios 11.1). Meu irmão tinha coisas que podem e devem ser imitadas. Ouvi de um amigo que quando os especiais se vão, há um rebuliço aqui na terra. Nos resta honrar a sua memória. O vazio que ele deixou, Deus preencherá, mas a saudade vai continuar.
Bertolt Brecht, poeta alemão escreveu: “Há homens que lutam um dia e são bons; há outros que lutam um ano e são melhores; há os que lutam muitos anos e são muito bons, porém há os que lutam toda a vida, esses são os imprescindíveis”. Badô se encaixava bem nesse último.
À Vera, a esposa; Ana Luiza, Liana, Leandro e João Pedro, os filhos; à nós irmãos; aos sobrinhos e aos amigos, minhas orações. Que o doce e consolador Espírito Santo de Deus nos console e fortaleça.
Segunda-feira, 8 de dezembro de 2014, Resende amanheceu sem Salvador.
Que rebuliço quando os ilustres se vão!
Sergio Ritter
irmão

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