Acredite se Quiser

– A novela da licitação para escolher a empresa que vai receber quase R$ 10 milhões para asfaltar apenas seis ruas do bairro Vila Julieta, em Resende, ainda continua. No dia do certame, 15 de setembro, duas empresas, a Valle Sul e a Deskgraphic anunciaram que entrariam com recurso questionando a inabilitação da empresa Valle Sul. Três dias depois, a comissão de licitação inabilitou as empresas FN40 e TPK, alegando que seus sócios eram parentes e que, com base no princípio da moralidade, elas não poderiam participar, e remarcaram a licitação para o dia 1º. Neste dia, os envelopes das empresas participantes seriam abertos e a de menor valor seria escolhida. Com todas as outras inabilitadas e sendo a única participante, a Deskgraphic venceu, mas a TPK entrou com mandado de segurança na Justiça questionando sua inabilitação. Segundo a TPK, legalmente não há nada que impeça parentes de participarem da mesma concorrência. Com isso, a Deskgraphic fica impedida de começar a obra até que a comissão de licitações se pronuncie sobre quando abrirá o envelope da TPK, que se oferecer um valor menor para a obra que a concorrente, ainda tem chance de ganhar o direito de realizar a obra. Xii…

– Saindo destas confusões de licitação, o assunto da semana foi a Exapicor. Primeiro porque no dia 29 o show da Galinha Pintadinha simplesmente não aconteceu. No horário marcado, apareceram os Backyardigans e Dora, a Aventureira e sem qualquer explicação realizaram sua apresentação. Tudo bem que a galinha foi trocada por duas apresentações, mas como explicar isso para as crianças? Bola fora da organização.

– Outro comentário que tomou as redes sociais foram os constantes atos de violência no evento. Segundo algumas pessoas que assistiram aos shows, os seguranças não apenas retiravam as pessoas que se envolviam em brigas, mas também as espancavam. Os próprios policiais militares que também participavam da segurança ficaram espantados com as ações, denunciadas em todos os dias do evento nas redes sociais. Nos hospitais da cidade, várias pessoas deram entrada após terem sido agredidas na exposição. Enquanto isso, na Câmara Municipal de Resende, os vereadores elogiavam a ausência de violência nos dias dos shows. Será que eles estavam no mesmo lugar?

– Se os vereadores elogiavam a “paz”, ao menos questionaram os preços praticados pelos barraqueiros. Thiago Martins, o Tisga (PPS), lembrou que os barraqueiros pagavam até R$ 12 mil pelo direito de usar o espaço da festa e, por isso, as bebidas estavam em torno de R$ 5, os churrasquinhos R$ 7 e crepe R$ 12, sendo que 90% dos barraqueiros não eram de Resende. “A cada ano que passa a Exapicor exclui mais a população carente que é 60% ou 70% da cidade. Acredito que a prefeitura pode corrigir esse erro, a não ser que a intenção seja fazer festa para a elite. É humilhante um pai de família chegar com R$ 100 e não conseguir atender a família em apenas uma noite de festa”, lamentou o vereador. O líder de governo, Pedro Paulo Florenzano (PP), como sempre, tentou botar panos quentes, dizendo que é necessário uma política para que os ambulantes da cidade se equiparem aos de fora e tenham condição de pagar os R$ 12 mil. E que tal cobrar menos pelo espaço, como o próprio Tisga havia sugerido?

– Outro ponto levantado na sessão do dia 30 foi a carência de telefonia móvel na região rural de Resende. Segundo a vereadora Soraia Balieiro (PSB), o atendimento às vítimas do capotamento de ônibus na região da Fumaça (ver página 19) foi uma verdadeira operação de guerra, em que telefones dos poucos vizinhos que os têm tiveram que ser usados, porque os aparelhos de celular não pegam por ali.

– E sobre as eleições, continuam as disparidades na cidade. Uma internauta lamentou o fato de a Secretaria de Esportes ter negado alimentação e transporte aos atletas de um projeto esportivo que jogaria um amistoso contra o Vasco na Fazenda da Barra II, no dia 26. Segundo ela, a tristeza é que a alimentação e transportes teriam sido dados à comitiva de uma candidata a deputada estadual que foi ao mesmo local, só que para fazer campanha. O BEIRA-RIO também recebeu a denúncia de que o motorista da prefeitura estava transportando crianças para a escola no dia 2, dia de semana, usando uma camisa da cor que vem sendo usada pelos cabos eleitorais dessa mesma candidata durante a campanha. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) está trabalhando bastante, mas pelo visto não está sendo suficiente. Eita, que bom que está acabando – ao menos neste ano.

Você pode gostar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O limite de tempo está esgotado. Recarregue CAPTCHA.