Essa semana, o governo de Resende, inaugurou a “Sala de Lutas”, aliás uma semana com algumas inaugurações no governo do prefeito cassado, administrando sob liminar, José Rechuan, com convites enviados a diversos órgãos e pessoas. Mas o artigo de hoje refere-se especialmente a abertura de uma sala, isso mesmo uma sala no Colégio Municipal Getúlio Vargas, no bairro Cidade Alegria. A Sala de Lutas como foi denominada deveria ser na verdade um “Centro de Teinamento de Artes Marciais”, pelo menos este é o nome que está no convênio que o município celebrou com o governo federal que mandou mais de R$ 300 mil para os cofres da prefeitura construir o “Centro”.
Sabe de quando é este convênio? De 2010. Sabe quando deveria estar pronto? Em 2011. Foi prorrogado porque o governo não conseguiu realizar a construção e o prazo atual expira em setembro, mas este ano não interessa esperar pelo aniversário da cidade para falar de “presente”, a inauguração se deu essa semana mesmo, pois o governo tem um cronograma de “inaugurações”, pelo menos até outubro para adoçar a boca do eleitor resendense.
De volta ao Centro que virou uma sala, sabe quando foi liberada a última parcela enviada pelo Ministério dos Esportes para Resende? Em julho de 2012, mas ainda assim, a incompetência do governo do prefeito cassado, José Rechuan, não conseguiu montar uma “sala de lutas”. Sabe o que tem a “Sala de Lutas” que deveria ser um “Centro de Treinamento de Artes Marciais”? Seis sacos de pancada que custam em média R$ 120 – os profissionais – ou seja R$ 720, e alguns pares de luvas que custam em torno de R$ 80, que sejam umas 10, já que a sala não vai comportar mais que isso. E tatame no chão, tem um Haiti Oficial, pelo menos aparenta ser, que custa em média R$ 200 e isso tudo estamos falando de material dentro da sala e não da “construção do centro de treinamento de artes marciais” como diz o convênio, ou seja, levando em consideração a compra dos equipamentos com esse dinheiro. O que tem aquela sala que levou mais de R$ 300 mil? Material não levou R$ 3 mil, ar-condicionado custa mais ou menos R$ 1,2 mil. Vou arriscar aqui e dizer que aquela sala com pintura e troca de telhado, o que não houve exclusivamente para este fim, não pode ter custado mais de R$ 30 mil e isso com a maior boa vontade do mundo. Resende recebeu R$ 300 mil para ter no Colégio Getúlio Vargas um Centro de Treinamento de Artes Marciais e o governo apresenta uma “Sala de Lutas” cujo custo não pode ter passado de R$ 30 mil, ou seja, 10% do valor recebido.
Esse governo deve realmente achar que a população é muito estúpida. A sala sofreu pequenas modificações, piso, pintura e ar-condicionado, os ventiladores de parede permanecem no local. Por que será? O ar-condicionado é só pra foto, como foram os computadores da recepção do Hospital de Emergência, por ocasião da inauguração da recepção de caquinhos e porta de vidros com abertura e fechamento automáticos que agora já não funcionam mais?
E os vereadores da cidade, o que dizem? Nada! Porque rezam na cartilha do governo que gasta milhões com obras de qualidade duvidosa, com exigências esdrúxulas como a mais recente novidade da “tecnologia BIM” que é uma exigência do edital de uma obra que vai custar R$ 10 milhões no bairro Vila Julieta (leia matéria na página 11).
Ana Lúcia
editora do jornal BEIRA-RIO
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