Audiência de menina atropelada tem denúncia de agressão

A audiência realizada na 2ª Vara Cível de Resende, na quinta-feira, dia 13, sobre o caso da menina de três anos que não conseguia ser internada depois de um atropelamento terminou com uma conciliação parcial. A família da criança e os advogados que representavam a prefeitura chegaram a um acordo sobre o tratamento, mas o caso teve uma reviravolta quando a avó da menina revelou que sua neta teria sido agredida por um médico da Santa Casa, durante um dos primeiros atendimentos. O juiz que conduziu a audiência, Hildenburg Brasil Cabral Pinto da Silva, vai encaminhar o caso para a 89ª DP para investigar a denúncia de agressão.

A menina havia recebido uma orientação de um médico da rede particular para que fosse internada para fazer curativos e recebesse um enxerto de pele no dia 29 de janeiro. Como a avó da menina, Maria Lúcia Barbosa, não conseguiu a internação, procurou apoio judicial e no dia 05 de fevereiro Hildenburg expediu uma medida cautelar obrigando a secretaria de Saúde a fazer a internação em 24h, sob pena de multa diária. Esta, por sua vez, desrespeitou o documento alegando que o laudo não havia sido feito por um médico da rede pública.

O juiz então marcou a audiência dizendo que, por não ser médico, tinha dúvidas sobre o tratamento mais adequado para a menina. Como o estado da criança já é melhor e, devido à demora no atendimento, os ossos quebrados já calcificaram naturalmente, a família reconheceu que não há mais necessidade de internação. Entretanto, como a ferida ainda está aberta e pode infeccionar, a família insistiu no enxerto. Os representantes da prefeitura então se comprometeram a marcar uma consulta com o cirurgião plástico da prefeitura, Rodrigo Honorato, para avaliar a necessidade do enxerto.

Na hora de redigir a conciliação, contudo, Maria Lúcia revelou que havia procurado ajuda de um médico da rede particular porque no dia 29 havia procurado a Santa Casa para uma troca de curativos e que o médico que fez o atendimento havia agredido sua neta porque ela não parava de chorar. O ortopedista Luiz Henrique teria sacudido a menina, empurrado-a no carrinho de bebê em que estava e dado um tapa em sua mão enquanto a mandava calar a boca.

— Hoje em dia com esse ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) nem eu posso bater nos meus netos, crio todos sem botar a mão, como é que esse médico vai agredindo ela desse jeito. A criança estava com dor, por isso que chorava. Não se trata ninguém assim – desabafou.

Ela relatou ainda que, na hora, chamou a polícia, mas que não conseguiu registrar a queixa. Com raiva, ela teria discutido com o médico e ele teria inclusive se fechado em uma sala até que ela fosse embora. No Conselho Tutelar uma conselheira de nome Vanderléia teria dito que não havia necessidade de fazer exame de corpo de delito. Maria Lúcia disse ter desistido de registrar o ocorrido, mas por medo de continuar com o atendimento procurou um médico da rede particular para avaliar o estado da criança. O juiz encerrou o caso na vara pela qual é responsável, mas encaminhou-o para que a Polícia Civil apure se, de fato, houve a agressão.

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