“Apaixonados por artesanato”. Esse é o tema da exposição que a secretaria de Saúde de Porto Real promove no próximo dia 3, das 7h às 16h, no Horto Municipal. Durante a feira, serão expostos cerca de 200 trabalhos artísticos, entre pinturas em tela e tecido, bordados e fuxicos, todos realizados por 20 pacientes do CAPS.
A responsável pelo projeto, Simone Barros, relata que esta não é uma tarefa fácil. “É necessário ter o perfil adequado para o trabalho, muitos deles têm um comportamento diferente a cada dia. É preciso muito carinho, dedicação e paciência”, diz. Os preços das obras serão dados pelo espectador, custando a partir de R$25.
Para Alcídia Santos, 50 anos, casada há 31 anos e avó de cinco netos, o melhor é passar o tempo. “Eu pinto, bordo e faço bijuteria. Meu tempo passa e enxergam meu talento”, orgulha-se. As duas são pacientes do CAPS há quase 10 anos.
Uma vez por semana a equipe, formada por um psiquiatra, quatro psicólogos, um assistente social, um terapeuta ocupacional e de dois estagiários de psicologia, além da equipe de apoio e administrativa, se reúne com os pacientes para que definam o planejamento das atividades. Eles realizam passeios, almoços, lanches, comemoram aniversários, dentre outras atividades.
O coordenador do Programa de Saúde Mental, Manoel Guilherme Soos, afirma que é essa atividade é parte do projeto terapêutico: “Não é apenas uma exposição. Isso é parte do tratamento. Tudo é registrado em ata e existe prestação de contas. Eles ficam satisfeitos, pois veem que são capazes de produzir, restauram a própria qualidade de vida. Eles ficam conscientes de valores sociais, como a importância do trabalho e da integração entre as pessoas”, explica o psicólogo.
Além de pacientes com transtornos mentais, o CAPS atende usuários de álcool e drogas. “É de extrema importância essa valorização pessoal. A população precisa estar ciente que há talentos no CAPS”, afirma a subsecretária de Saúde, Vanila Rocha.
O CAPS Sonho Real abrange a região formada pelos municípios de Quatis e Porto Real e atende cerca de 40 usuários por dia. São 194 pacientes cadastrados. “São realizadas visitas domiciliares e há assistência a pacientes internados no Hospital São Francisco de Assis, que possui dois leitos exclusivos para pacientes do CAPS”, destaca a prefeita Cida.
PMPR