QUEM PENSA? Pois é!

“Pois é, não deu
Deixa assim como está, sereno
Pois é, de Deus
Tudo aquilo que não se pode ver
E ao amanhã a gente não diz
E ao coração que teima em bater
Avisa que é de se entregar o viver
Pois é, até
Onde o destino não previu
Sem mais atrás, vou até onde eu conseguir
Deixa o amanhã e a gente sorrir
Que o coração já quer descansar
Clareia a minha vida, amor, no olhar”

Los Hermanos e Odilon Farias entendem bem essa expressão – pois é – e eu confesso, que comecei a prestar muita atenção nela neste ano de 2013. Veja só, escrevi errado o ano, a primeira vez que o escrevi: coloquei 2012. Apaguei e me encaixei no tempo. Pois é… já acabou 2013 e essa conjunção (pois) com o verbo ser no presente do indicativo nos coloca no meio do fato e quando inertes ficamos, quase sem perceber, soltamos um “pois é”.

Não há aí conformismo, muito pelo contrário, há ainda resistência, mas sabendo que há um limite porque o amanhã nunca será hoje e hoje ainda tem tempo pra amanhã. Isso deve ser senilidade uns devem pensar. Pois é… eu direi. E direi mais: talvez a senilidade – ou qualquer outra justificativa que se especule – seja mais coerente do que o constatar da falta de humanismo, no seu sentido mais filosófico, tão presentes nos dias modernos.

Alguns que talvez leiam este artigo conheçam Los Hermanos e não Odilon Farias. Bem, quanto aos Los Hermanos deixo o Google resolver, mas queria explicar porque lembrei do radialista vascaíno (coitado, tá mal de time – brincadeirinha Odilon) que foi por muito tempo um ícone do rádio na cidade de Resende: amado por muitos, odiado pela meia dúzia que às vezes faz a diferença, imperfeito como todos nós, mas combativo. Foi vereador depois de muitos anos ter tido o microfone como seu maior poder, primeiro na Rádio Agulhas Negras e depois na Rádio Resende. Odilon hoje está no anonimato, seguindo sua vida de pai, avó e parece bisavó. Mas nem o anonimato é capaz de tirar do inconsciente coletivo desta cidade algumas expressões que Odilon usava em seu programa da noite. Ele fazia um programa no horário da manhã e outro a noite completamente antagônicos: o da manhã um programa pancada, político, e o da noite, romântico, meloso e que vinha sempre acompanhado do “pois éééé!!!”

Odilon e a música da banda Los Hermanos estão me ajudando a encerrar o ano entendendo que sempre é possível dizer não, mas fica melhor quando se diz “pois é”. Entendo que é fácil deletar uma conversa que perde o propósito inicial, mas fica muito melhor quando só se diz “pois é”. Encerro este ano acreditando que o caminho ainda vai machucar muito os pés de quem realmente estiver disposto a caminhar, mas já sabendo disso pra que chorar antes da hora? É só respirar fundo e falar… “pois é”. Pois é de Deus como “tudo aquilo que não se pode ver”, mas que a fé faz entender que amanhã será outro dia e depois outro dia e depois outro dia… é assim!

Assim é também a força que se renova diariamente e em alguns momentos no que acredito e em quem acredito para continuar fazendo um trabalho que já ganhou muitos adjetivos, mas é substantivo, tem essência e faz a diferença. Já não sou dona do BEIRA-RIO, ele é chamado de “nosso BEIRA-RIO”. Uma apropriação, que devo confessar, me deixa orgulhosa principalmente quando lembro dos primeiros dias da primeira edição, lá no final de março de 1997. Pois é… completaremos 17 anos em 2014 e sem nunca ter se curvado aos grupos que se acham os donos da política, da informação e/ou das cidades que este semanário comparece toda manhã de sexta-feira.

Muitos empresários, a maioria pequenos empresários, em especial da cidade de Resende, acreditaram e acreditam no trabalho que foi construído nos princípios jornalísticos e que tem identidade, pois infelizmente, muitos veículos de comunicação perdem ou mudam conforme os “encantamentos” apresentados, outros talvez, acreditem de fato que existam programas e projetos voltados para as políticas públicas. Eu acreditei algumas vezes, durante algum tempo, mas não todo o tempo e aprendi, que qualquer governo deve apenas gerenciar e manter a Administração Pública, mas sei que eles (os governantes e os políticos, de um modo geral) ainda não aprenderam sobre isso, mas deixa eles pra lá… por enquanto – o tempo se encarregará, como em tudo na vida a dar a Deus o que é de Deus e mandar pro inferno que é do capeta.

Neste 2014, os planos de trazer informação mais consistente, apesar das provocações das novas tecnologias, continuam ser a prioridade do BEIRA-RIO. O site www.jornalbeirario.com.br tem tido uma visitação que me surpreendeu há um ano e, agora, tenho a certeza do caminho sem volta de investir neste meio digital. Já temos mais de três mil visitas diárias, mas o que mais impressiona em nossas estatísticas é o tempo que as pessoas permanecem no site: em média, 11 minutos. Isto, me informei, é muito significativo e retrata o que há 17 anos estamos tentando fazer. É um trabalho sério, comprometido, plural e sem amarras político-econômicas e os planos… nossa, os planos. Eles não param de povoar a mente da equipe do BEIRA-RIO. Aguarde 2014!

Eu e todos os meus colaboradores – e não são poucos -, desejamos e queremos também um período de Festas com muita paz e harmonia, porque quem tem fé, aprende a deixar o coração (e a mente também) descansar quando é preciso. Tá vendo? Aprendi…

Pois é!

Ana Lúcia
editora do jornal BEIRA-RIO
analucia@jornalbeirario.com.br

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