Na onda das hashtags mais famosas que incluem a palavra “cura”, se a mim fosse dada a possibilidade de escolher uma para o município de Resende será o título deste artigo. #curaResende para expurgar do seu meio toda e qualquer tentativa de manter o povo desinformado ou mal-informado. Sempre ao dialogar com os acadêmicos que troco experiência há mais de 15 anos, não canso de repetir que o maior mal do mundo é a falta de informação e aí, incluo, a contrainformação. Aquela que grupos, bem pagos, disseminam para criar uma entropia, uma subversão do direito à informação, que deve estabelecer o modo de vida na coletividade, na sociedade, de maneira que todos tenham as mesmas oportunidades e instrumentos de participação e transformação da política. Resumindo: estão mentindo para o povo. Dando informações confusas e incompletas quando deveriam cumprir a Lei da Transparência e prestar contas de todos os dados e informações públicas, a começar pela falta de publicação dos editais de licitação, cópias digitalizadas de todos os contratos e convênios, assim como as prestações de contas destes, assim como, a relação dos servidores municipais, tabelas de salários atualizadas, o governo também deve disponibilizar o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei Orçamentária e ainda um link para todas as leis do município, com recurso de busca por assunto, data e etc.
Coisas simples de fazer, muito simples, aliás, nos tempos dos recursos digitais. O governo ainda deve disponibilizar essas informações em programas e plataformas fáceis para consultar e/ou manipular os dados, mas nada disso existe no site da transparência do governo de Resende. O site hoje do governo de Resende são encontrados apenas os informes dos editais, uma vergonha essa negativa de tornar público o que é direito de todo o cidadão. Colocam a prestação de contas, obrigação da Lei de Responsabilidade Fiscal e os Boletins Oficiais, por isso e por outras tantas coisas que estão acontecendo em Resende precisamos de uma nova lei: #curaResende!
Pelo andar da carruagem na Câmara Municipal, com pequeno destaque para o vereador Stênio que essa semana se mostrou firme ao criticar obras da Educação, que segundo ele, apontam irregularidades graves, difícil arriscar se algum vereador terá coragem de apresentar a lei #curaResende. Brincadeiras à parte, vejo hoje o município doente. Como justificar então, que um prefeito reeleito com mais de 60% de aprovação como foi Rechuan, em menos de seis meses ter uma rejeição flagrante nos pontos de ônibus, o trânsito, nas conversas de bares e principalmente nas redes sociais. Sim, Resende tem um prefeito médico, mas está doente.
Um exemplo: essa semana uma pressão feita nas redes sociais tirou muita gente da cadeira. No Grupo Transparência Resende no Facebook, a cobrança, da qual participei para revelar onde estava o tomógrafo comprado há mais de um ano numa licitação deu resultados em menos de uma semana. Chegou no Hospital de Emergência umas caixas que dizem contém o equipamento, ainda não fui lá conferir, mas vou e voltarei a este assunto. Outra coisa medonha da gente engolir, um equipamento dessa importância comprado e a gente pagando os exames aos hospitais privados? O que é isso? Doença, não é?
Quanto desrespeito com o dinheiro público. Agora anunciam que no próximo mês o tomógrafo estará instalado. E esperamos que instalado e funcionando, claro. Esperamos que na hora que for ligar o aparelho não descubram que a ligação de energia é insuficiente e aí precisa de mais uma obra para adequar a instalação elétrica. Sabe como é, né? A gente já adianta porque o governo Rechuan ficou previsível demais, talvez isso explique a rejeição. O que se aceitou para continuar, em outubro de 2012, se mostra agora com sua cota de boa vontade se esvaindo, igual se esvaiu o chorume que veio de Volta Redonda para uma Estação de Tratamentos de Efluentes não adequada para isso em Resende, e se foi pelo Rio Paraíba do Sul, mas que o governo disse que nada de anormal ocorreu.
Ana Lúcia
Editora do jornal BEIRA-RIO
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