O exemplo das ruas

Enquanto uma federação de motociclistas e entidades filiadas promovem um passeio motorizado no Rio, para passar a ilusória impressão que o pseudo-presidente da República ainda é popular e para que ele coloque mais um tijolo na construção do golpe que vem engendrando, entidades de oposição que programam uma grande manifestação nacional contra esse mesmo pseudo-presidente se dividem entre ir para as ruas no próximo dia 29, ou não. A ida poderia passar um mau exemplo de aglomeração em plena pandemia que já vitimou perto de meio milhão de brasileiros. Terça passada, dia 25, fez um ano da morte do americano George Floyd. Todos lembram do furacão que foi o movimento popular de rua que uniu negros e brancos nos Estados Unidos e varreu a reeleição de Trump para o esgoto. Ruas. Os exemplos vitoriosos do Chile e da Colômbia com a massa nas ruas também estão aí para estimular os organizadores da manifestação do próximo sábado. A cada dia as decisões pelo retorno aos trilhos por um país soberano vão exigir mais determinação. As ruas literalmente parecem ser o caminho. Mas falando em exemplo, o que parece que serviu de modelo para essa palhaçada que reuniu um bando de bobalhões motorizados – comemorando sabe-se lá o quê e servindo de suporte ao ato político -, foi Benito Mussolini, na década de 30 na Itália. Exemplo perigoso, bolsomínions! Vide a História.

Uma pausa nesses dias cinzentos e tristes
Neste domingo, dia 30 às 18 horas no Teatro Riachuelo, Moacyr Luz, comemora 16 anos do Samba do Trabalhador. Respeitando todas as medidas sanitárias para evitar a propagação da Covid-19, o show será em formato misto: presencial, com redução da capacidade de público, e online, com transmissão através do canal de Youtube da casa de espetáculo. Nesse reencontro com o público, Moacyr Luz e Samba do Trabalhador apresentarão repertório de sambas clássicos, habitualmente apresentados na roda, como “Toda Hora”, “Saudades da Guanabara”, “Cabô, Meu Pai”, Estranhou o quê?”, “Vida da Minha Vida”, entre outros. Há 16 anos, o compositor e menestrel do Samba, Moacyr Luz juntou um grupo de amigos para uma roda de samba no Renascença, no Andaraí, Rio de Janeiro. O encontro realizado em uma segunda-feira, acabou se transformando numa das realidades mais deliciosas do nosso gênero querido e popular. O Samba do Trabalhador, em plena segunda-feira à tarde, pareceu de início uma brincadeira, mas era o encontro dos trabalhadores da música que nas Segunda, geralmente estão de folga. O encontro se consolidou reunindo milhares de curtidores e gente famosa, mas com a Pandemia foi interrompido. Quem quiser colaborar com o ingresso solidário taí, anote:  showsmoacyrluz@gmail.com. Colaboração a partir de R$ 25,00. O aniversário do Samba do Trabalhador pode ser também um dia para comemorar a vitoriosa manifestação de rua contra Jair Messias Mussolini, ocorrida na véspera.

Foto: Reprodução/Reuters

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