“Servidor na rua, prefeito, a culpa é sua”

servidores2Gritos de guerra, apitos, passeatas e brigas judiciais foram apenas alguns dos itens que marcaram a primeira semana de greve dos servidores municipais de Resende, iniciada no dia 28. Tendo como principal bandeira a reposição salarial dos últimos dois anos, além de outros 14 itens relacionados a condições de trabalho e perda de outros benefícios, a greve foi uma decisão dos servidores aprovada por unanimidade na assembleia realizada no dia 17. O grupo conseguiu uma reunião com o prefeito José Rechuan Junior (PP) para a manhã do dia 1º, após o fechamento desta edição. Na ocasião estava previsto que o prefeito faria a primeira contraproposta do Executivo às reivindicações dos servidores e, na tarde do mesmo dia, eles votariam sua aprovação ou rejeição e a continuidade ou interrupção da greve para a semana seguinte.

O primeiro dia de greve foi marcado por uma confusão envolvendo o setor de Saúde, um dos grupos de servidores mais insatisfeitos, especialmente os do Hospital de Emergência. Pouco antes de os servidores se reunirem no pátio do Centro Administrativo da Prefeitura, o sindicato recebeu uma liminar que proibia a participação dos servidores do Hospital de Emergência, postos de saúde e todos os servidores ligados a saúde, laboratórios e endemias na greve, sob pena de multa de R$ 50 mil diários. O documento alegava que o sindicato havia divulgado na imprensa que todos os setores parariam e que ele não havia notificado o município sobre como respeitaria os 30% do efetivo de serviços essenciais que precisavam serem mantidos. No entanto, servidores da saúde negaram que a informação não tivesse sido dada.

— Todos os setores receberam um papel avisando sobre a greve. O presidente do Coren (Conselho Regional de Enfermagem) veio ao Hospital de Emergência na semana passada dizendo o que poderia parar e o que não poderia. Cada coordenador de setor tem que fazer um planejamento e eles fizeram, só o coordenador da enfermagem que não queria fazer. Estamos sofrendo pressão e sendo coagidos e intimidados para não participar da greve – comentaram alguns servidores do Hospital de Emergência.

Um grupo de servidoras era observado pela advogada do hospital enquanto dava entrevista ao jornal BEIRA-RIO e chegou a desconfiar que a advogada estivesse filmando-as, mas a advogada negou a acusação e disse que estava apenas fazendo uma ligação. A superintendente de saúde hospitalar Nicole Sterblitch, que mais cedo havia mandado retirar adesivos alusivos à greve que haviam sido colados no hospital, confirmou os planos haviam sido feitos, mas declarou que era contra o movimento e que não iria se responsabilizar pelo trabalho com um contingente reduzido de servidores.

Saiba mais sobre o que afirmou a superintendente e toda a repercussão semanal da greve na última edição impressa do jornal BEIRA-RIO.

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