A vitória da esquerda para o Legislativo francês no domingo, dia 07 de julho mostrou que para tentar barrar o avanço da extrema direita e o flerte com o fascismo e o brotar de células neonazistas como sabemos que, infelizmente, existem no Brasil e no mundo é preciso não apenas comemorar a vitória, mas entender que a organização – ou não – do campo progressista no Brasil para as eleições municipais de 2024 será sinal para os riscos ou avanços que teremos em 2026.
Apesar das características domésticas das eleições municipais, as pessoas que votaram em Lula em 2022 precisam votar em candidatos deste campo esse ano. Entenda-se por “domésticas”, o nível, às vezes provinciano, ou seja, sem avaliação dos contextos e se avizinhando com os parentes e amigos. Geralmente, nas eleições municipais, as pessoas se inclinam a votar no colega do ensino médico, colega de trabalho, no primo, no filho do patrão e por aí vai. Grande erro!
As eleições municipais precisam levar em conta o contexto de desenvolvimento local, mas principalmente o custo desse desenvolvimento. Vemos algumas cidades avançarem em determinadas áreas ao custo do abandono da humanização e do respeito à população. Percebemos o desprezo de governantes ligados à extrema direita aos reais direitos dos munícipes que continuam dependentes de migalhas, favores e humores desses gestores.
Nessas eleições de 2024, quem votou em Lula precisa votar nos candidatos do campo progressista. O Legislativo, também nas cidades brasileiras. precisa se transformar num espaço que de fato, no seu modelo, tenha o povo como protagonista e não um projeto de poder que beneficia os amigos e seus interesses econômicos. Quem votou em Lula em 2022 precisa ter em outubro, depois das eleições municipais, aquele sorriso e alívio que vimos nas expressões dos franceses, pois significa a esperança.
Esperança que enxergamos na resistência das mulheres, na força dos LGBTs, na afirmação cada dia mais necessária dos nossos irmãos negros, no olhar das populações vulneráveis, na sede de justiça que nos comove das mães que perdem seus filhos para a violência, geralmente filhos pobres e pretos, e finalmente, para a luta daqueles que não se vendem e não temem enfrentar o sistema para ver sua cidade mais humanizada e respeitosa às cidadãs e cidadãos de seu território.