O direito de discutir a cidade!

Durante esses dias tenho pensado sobre algumas questões sobre política e direito. Em pensar e discutir a cidade que queremos. Resende é uma cidade com potencial incrível e pode promover quadro de grande relevância tanto na política institucional, quanto no fora dela no âmbito popular.

Acontece que há muitas pessoas é vedado o espaço político e consequentemente o espaço público. Isso acontece quando se utiliza espaços que deveriam ser plurais para promover ações políticas ligadas ao governo e não ao município. Governo é temporal e representa interesses efêmeros, já o município tem abrangência maior e tende a pensar do todo da população.

No ano de 2024 acontecem as eleições municipais. Que tenhamos o direito de discutir a cidade! Esses dias conversei com um amigo descendente de indígenas, que é pré-candidato a vereador. Minha surpresa foi quando ele disse que está num partido de esquerda. Sua fala foi: Resende não tem só direita! Precisamos mostrar que há pessoas de esquerda querendo discutir a cidade.

Além dele há movimentos em torno de projetos coletivos para o legislativo, propostas de mulheres, negros, LGBTQIA+ e tantos grupos com representatividade em diversos segmentos que querem exatamente o mesmo: discutir a cidade.

A cidade é de todos que a habitam. Sendo assim, é necessário reafirmar esse valor. Precisamos discutir a cidade e reivindicar isso como o direito de todas as pessoas. Numa democracia com viés burguês – como é a nossa – alguns setores econômicos acabam por ser mais privilegiados que outros quando se pensa no espaço público. Sabe-se que o dinheiro ainda tem muita influência quando se pensa nesse debate, contudo, as populações periféricas, marginais e minorias sociais – até por um imperativo político – necessitam se posicionar e delimitar esse espaço previsto na Constituição Federal, inclusive.

Que no ano de 2024 possamos ter propostas políticas que visem discutir a cidade e dar voz a grupos minoritários do ponto de vista econômico, mas maioritários do ponto de vista numérico.

Queremos o direito de discutir a cidade!

Luis Carvalho – filósofo

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One thought on “O direito de discutir a cidade!

  1. Aumento gradativo de medalhas de ouro
    Recentemente, escrevi sobre não sobrar um aspecto da violência para escrever sobre ela. Tudo seria café requentado. O mesmo ocorre com o esporte. Com dificuldade, tentaremos nos ater ao desempenho do Brasil em Jogos Olímpicos.
    Em 1996, o Brasil conquistou três medalhas de ouro, trazendo uma expectativa grande de que seria um paradigma entre o desempenho pífio nas edições anteriores e uma evolução gradual no desempenho dos atletas brasileiros, a cada nova edição de Olimpíadas, decorrência natural de projetos relacionados a ações no âmbito de esportes, fossem estes de governos ou da iniciativa privada.
    Pela perspectiva criada, na Olimpíada de 2000, em Sydney, seriam ao menos quatro medalhas. Mas veio a decepção geral e a certeza de que nossas medalhas de ouro decorrem do esforço e talento individual de atletas e nunca em razão de políticas estruturais de esportes.
    Talvez a principal causa para o “sobe e desce”, no fraco desempenho, seja a pouca importância dada à prática de vários esportes, por toda a população brasileira. Nossa cultura, a cobertura dos meios de comunicação e o interesse geral ficam centrados apenas no futebol.
    Instituições sociais poderiam desenvolver pequenas atividades de outros esportes para incentivar a iniciação de seus integrantes, com vista a despertar o interesse pela prática esportiva. Igrejas, associações de bairro, condomínios, sindicatos, ONGs deveriam colocar o esporte dentre suas atividades cotidianas.
    Pequenos eventos, torneios, maratonas, gincanas deveriam ser organizados para universalizar, automaticamente, o esporte em todo o território nacional, com o envolvimento de jovens, adultos e idosos.
    Com uma vasta camada da população praticando esporte, seria o momento ideal para, com muita força, se implementar as políticas estatais e da iniciativa privada, para selecionar os jovens mais promissores, com a finalidade bem clara de torná-los atletas competidores de alto rendimento.
    O objetivo, aqui, seria enfatizar que as ações iniciais são indispensáveis para massificar a prática esportiva no País. Mas, concomitantemente, viriam benefícios à saúde, o aumento da autoconfiança, a melhora na concentração, o desenvolvimento do condicionamento físico, uma contribuição nos inter-relacionamentos e até a possibilidade de uma modelação de caráter.
    Como a prática de um esporte também é um exercício físico, há notícias sobre estudos que comprovariam o fortalecimento do músculo do coração, a redução da pressão arterial e, consequentemente, a diminuição de mortes por doenças cardíacas.
    Por enquanto, o desempenho em Olimpíadas é só derrota seguida de outra. Foram tantas em Paris que, em alguns dias, os telejornais precisavam de sinônimos para noticiar. “Não passou”, “foi superado”, “ficou” e outros. Com políticas de incentivo, em algumas décadas poderíamos ganhar 25 medalhas de ouro, como os paraolímpicos conseguiram, em 2024. Lamentavelmente estes não mereceram nenhuma cobertura especial, nenhum programa, assim como nenhum governo os convidou a subir rampas. Mais uma vez, o preconceito estrutural venceu, contrapondo-se à devida valorização dos nossos atletas paraolímpicos.
    Pedro Cardoso da Costa
    Interlagos/SP

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