Sem ser pretensioso, peço licença aos meus leitores (olha a pretensão aí) para dar uma ligeira fugida do assunto padrão deste espaço no BEIRA-RIO, que é a Política. Quero falar um pouco de Samba. Que no frigir dos ovos, é também um pouco de Política.
Resende recebeu no sábado retrasado, dia 20, a visita dos Juremeiros, um afiadíssimo grupo de Samba de Volta Redonda. É o conhecido Samba da Jurema. Samba e religião de matriz africana juntos. Uma força só. O encontro foi na sede da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) e contou ainda com a participação de um conhecido grupo local, o ‘Sambaí’, mais para a pagode, e do DJ Birinha que colocou a turma pra dançar na coreografia do Charme.
Quando os Juremeiros iniciaram os trabalhos, com uma formação em circulo no meio do salão, dispensando o palco, o público sentiu a vibração e percebeu o patamar que aquela turma coloca o Samba. No seu patamar de direito, altíssimo, onde é o lugar desse gênero, a matriz musical da nossa gente.
A emoção aflorou e permeou a plateia que cantou junto, sambou e até não conseguiu represar algumas lágrimas. Foi um tranco forte e contagiante. E o astral reinante no ambiente nem se fala. Envolvente. Parecia que todos se conheciam. Duvido que tenha saído alguém daquele ritual, com algum vestígio de amargura, de tristeza.
Foi realmente um ritual de paixão, arte, amizade e satisfação plena. E tudo embalado por Samba da mais alta qualidade, com músicos e cantores de altíssimo nível e da mais fina nobreza da nossa música maior.
É meus amigos, o evento foi tão bom e os Juremeiros agradaram tanto, que eles vão voltar dia 8 de julho. Quem gosta de Samba e não foi, não pode perder a oportunidade. A gente se vê lá.
