Nos estertores do século passado, ano de 1999, precisamente no dia 20 de abril, aconteceu na cidade de Littleton, no Colorado (USA) um massacre em uma escola que se tornaria símbolo desse tipo de ocorrências. O que, infelizmente continua acontecendo por lá, e pior, já vem sendo replicada em nosso país.
Não é segredo para ninguém que as redes sociais tendem a ampliar a reverberação de conflitos ao ponto de se tornarem condutoras de violência no meio social. Há estudos que comprovam isso. As gerações mais recentes, em maior volume, se mostram cada vez mais dependentes de avaliações e modelos comportamentais via redes.
Escrevo este texto exatamente na noite do dia 20 de abril de 2023, “aniversário” de 24 anos da tal tragédia na Escola Columbine, quando os dois jovens, de 17 e 18 anos, mataram dez estudantes e um professor. A justificativa, a princípio, seria vingança contra o bullying que sofriam. Quando a polícia chegou os dois se suicidaram.
A motivação para lembrar o caso é que por esses dias, nossas redes sociais foram inundadas com uma postagem anunciando um ataque nas escolas, justamente para o dia 20. Houve pais preocupados não deixando os filhos estudarem, autoridades e Polícias Militares anunciando ações preventivas e de segurança, etc.
Até agora não sei se houve alguma sandice do gênero. Parece que há uma espécie de acordo na mídia regular para não divulgar esse tipo de noticiário, o que supostamente, instigaria ações exibicionistas correlatas. Mas se algo tivesse ocorrido, acredito que as próprias redes já estariam vociferando.
O Governo Federal, com pouco mais de cem dias e diante da tarefa hercúlea que recolocar nos trilhos o país que viveu por cinco anos sob o jugo da extrema direita fascista, tem mais esse abacaxi: propor a regulamentação das redes sociais. Patogenia não é o mesmo que liberdade de expressão. O Ministro Flávio Dino está corretíssimo.