No dia de hoje – 1º de fevereiro

Há 49 anos, nesta data, uma das mais tristes tragédias no Brasil acontecia na cidade de São Paulo. O incêndio do Edifício Joelma matou 187 pessoas e feriu mais de 300.

Era 8h45 da manhã, chovia naquela sexta-feira, último dia de expediente comercial e de repente um curto circuito na instalação de um ar-condicionado no 12º andar iniciou o fogo que se espalhou muito rapidamente porque todo local tinha material muito inflamável.

O prédio era relativamente novo, tinha sido inaugurado dois anos antes da tragédia (1972) com 25 andares e com diversas não conformidades, como por exemplo fiações e instalações elétricas em péssimo estado (fiações desencapadas, desgastadas e não embutidas nas paredes), ausência de portas corta fogo, materiais inflamáveis por todo o edifício e desatualização em relação as normas internacionais. Segundo engenheiros que analisaram o local:  “Tudo favorecia o desastre, bastava jogar um fósforo”. 15 andares comprometidos com o fogo e muita fumaça. As emissoras de televisão começaram a filma da rua o desespero das pessoas que se penduravam e outras que se jogaram pela janela.

O resgate daqueles que subiram para o telhado também foi dramático. Um helicóptero tentava resgatar com prioridade os mais feridos, mas o desespero levou que os estivessem em melhores condições físicas brigassem pela saída do local. Foi um trabalho difícil para os profissionais e piloto do helicóptero. As escadas Magirus do Corpo de Bombeiros só chegavam até o 16º andar.

Tanto o incêndio de edifício Joelma quanto o incêndio do edifício Andraus, ocorrido dois anos antes, foram marcados pela falta de regulações e segurança na construção de edifícios. Na data do incêndio, o Código de Obras do Município de São Paulo em vigor era do ano de 1934, ou seja, ultrapassado em 40 anos, as exigências feitas pelos órgãos competentes estavam à margem daquilo que seria o ideal. Seis dias após o incêndio, o então prefeito Miguel Colasuonno publicou o Decreto 10.878 de 7 de fevereiro de 1974 que instituiu “normas especiais para a segurança dos edifícios, a serem observadas na elaboração dos projetos e na execução, bem como no equipamento e no funcionamento, e dispõe ainda sobre sua aplicação em caráter prioritário”.

O edifício que fica no bairro Bela Vista ficou fechado por quatro depois da tragédia, foi recuperado e se ajustou às regras e também mudou de nome: primeiro para “Novo Joelma” e hoje se chama Edifício Praça da Bandeira.

 

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